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Diretor do Ministério da Saúde que autorizou compra da AstraZeneca é exonerado

Laurício Monteiro da Cruz deu aval para que 400 milhões de doses da AstraZeneca fossem negociadas com entidade assistencial

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Cruz foi nomeado pelo Ministério da Saúde em 31 de agosto de 2020 na gestão interina de Eduardo Pazuello Foto: CRMV-DF
Cruz foi nomeado pelo Ministério da Saúde em 31 de agosto de 2020 na gestão interina de Eduardo Pazuello
Foto: CRMV-DF

A Casa Civil publica a exoneração do diretor de Imunização e Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Lauricio Monteiro Cruz. A saída foi confirmada nesta quinta-feira (08). O profissional teria sido o responsável pelo aval das negociações por 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca pelo governo brasileiro com a empresa Davati Medical Supply.

O contrato tinha como intermediadora a Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, entidade privada sem fins lucrativos que é presidida pelo reverendo Amilton Gomes de Paula. A intermediação de contratos levanta suspeitas sobre a veracidade das ofertas de imunizantes.

A saída do diretor é assinada pelo ministro chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, e ocorre após a CPI da Pandemia votar a convocação do presidente da Senah, que segundo o senador Randolfe Rodrigues, fez parte do acordo para a compra dos imunizantes com a permissão de Monteiro Cruz.

De acordo com o vice-presidente da CPI, o ex-servidor da Saúde teria liberado a negociação dos imunizantes por um valor três vezes mais alto que o anterior comerciado pela pasta com outro laboratório - anteriormente, o preço era de US$ 5,25 em janeiro, depois, as doses custavam US$ 17,50.

Cruz foi nomeado pelo Ministério da Saúde em 31 de agosto de 2020 na gestão interina do ex-ministro da pasta Eduardo Pazuello. Na época, a indicação foi criticada por Lauricio ser médico veterinário.