Diretor-presidente da Anvisa diz não haver relação entre declarações de Bolsonaro sobre a China e falta de insumos para vacina

Antônio Barra Torres depõe na CPI da Pandemia nesta terça-feira

Rádio BandNews FM

Antônio Barra Torres depõe na CPI da Pandemia nesta terça-feira Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Antônio Barra Torres depõe na CPI da Pandemia nesta terça-feira
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O diretor-presidente da Anvisa afirma que não vê relação entre as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a China e as dificuldades que o Brasil vem tendo para obter o Ingrediente Farmacêutico Ativo de vacinas. Antonio Barra Torres depõe na CPI da Pandemia nesta terça-feira (11). 

Ele foi questionado pelo relator, o senador Renan Calheiros, sobre o motivo de a Anvisa ter negado o certificado de boas práticas ao laboratório indiano Bharat Biotech, que produz a vacina Covaxin. Como resposta, Barra Torres explicou que faltou demonstrar a validação da "inativação da vacina" e que não foram demonstradas ações necessárias para garantir a esterilização do produto, entre outros pontos.

Mesmo assim, segundo o chefe da Anvisa, o Ministério da Saúde não se precipitou ao comprar 20 milhões de doses da Covaxin. Ele também pediu para que a população acredite e confie nas vacinas aprovadas pela agência. Em relação à Sputnik V, Barra Torres afirmou que a análise da vacina está parada neste momento, aguardando a submissão de documentos pela União Química. 

Sobre uma proposta para alterar a bula da cloroquina e incluir o tratamento para a Covid-19, diretor-presidente da Anvisa afirmou que nesta reunião estavam também o então ministro Luiz Henrique Mandetta, o ministro Braga Netto e a médica Nise Yamaguchi. Ele afirmou que o documento foi comentado por Nise, que pareceu estar mobilizada com essa possibilidade, mas que não sabe quem criou a minuta do decreto. 

Barra Torres afirmou que isso não tinha cabimento e a reunião no Palácio do Planalto acabou logo em seguida. O chefe da Anvisa destacou que só quem pode modificar a bula de um medicamento é a agência reguladora quando a alteração é solicitada pelo laboratório que possui o registro