Donald Trump fez o seu primeiro discurso como presidente dos EUA nesta segunda-feira (20). Nele, o novamente presidente direcionou ataques diretos ao México e à China, mas indicou menos ações militares do país ao redor do globo.
As falas de Trump deram a entender que a sua segunda gestão será marcada por um “neoisolacionismo” norte-americano, é o que aponta Gunther Rudzit, Doutor em Ciência Política e especialista em Segurança Internacional, na BandNews FM.
“O que me chamou atenção, não é só parar as guerras, é não entrar em guerras. O que significa isso? Um neoisolacionismo americano. Ou seja, a partir de hoje fica muito mais claro para governos aliados dos Estados Unidos que é bem possível que os Estados Unidos não enviem soldados para ajudar seus aliados”, explicou.
Trump reservou boa parte do seu discurso para o México. Ele afirmou que irá assinar nesta segunda-feira (20) uma série de ordens para restaurar a América. Dentre elas, declarar emergência nacional na fronteira com o México, deter toda e qualquer entrada ilegal e devolver "os criminosos para o lugar de onde vieram".
“O que chama bem atenção foi o que ele invocou o ato de 1798 para expulsar estrangeiros. É uma lei praticamente esquecida nos Estados Unidos. [...] Ele invocar isso, junto com a emergência Nacional de Fronteira, ele vai poder mandar soldados das Forças Armadas americanas para fronteira. Isso é medida é extremada mesmo”, afirmou Rudzit.
Trump também confirmou que pretende mudar o nome do Golfo do México para “Golfo da América”, uma medida que, na prática, terá pouco efeito.
“Mudar o nome do Golfo do México uma distração. Isso mexe muito mais com o nacionalismo mexicano do que qualquer outra coisa. As pessoas às vezes não sabem, os americanos tomaram metade do território do México, por isso que tem uma relação muito estressante entre mexicano e americanos”, analisou o especialista.
Trump também direcionou ataques ao canal do Panamá, declarando falsamente que ele seria controlado pela China - ele é do governo panamenho. Apesar disso, a frase representa mensagem para os asiáticos, e para a América Latina.
“A presença chinesa, não só no Panamá, mas na América Latina como todo, cresceu demais e finalmente os líderes políticos americanos estão acordando para isso. Na visão americana, o 'quintal dos fundos' deles.”, explicou Gunther Rudzit.