Com o sistema de saúde de São Bernardo do Campo podendo enfrentar um colapso ainda nesta semana, o prefeito Orlando Morando (PSDB) afirma que a situação é dramática, critica as pessoas que continuam frequentando bares e locais com aglomerações e alerta: “Vai morrer gente em casa sem ar. Ou as pessoas nos ajudam ou o poder público não dará conta da situação”.
Em entrevista à BandNews FM, ele pediu medidas mais rigorosas no estado de São Paulo, comparando a possibilidade de um colapso como aconteceu em Manaus. “O que vimos em Manaus, aconteceu num local com 3 milhões de pessoas. O risco que nós temos é de ter a mesma situação que num estado com 40 milhões de pessoas”, disse Orlando Morando.
A cidade de São Bernardo do Campo já tem um toque de recolher noturno, medida não adotada em todo o estado.
Segundo o prefeito, mesmo adotando medidas mais restritivas do que as previstas na fase vermelha do plano São Paulo de contingência, as pessoas seguem descumprindo as medidas de restrição.
Orlando Morando relatou que os agentes de fiscalização têm abordado cerca de duas mil pessoas todas as noites que descumprem o toque de recolher: “ Nós estamos fiscalizando, mas como você acha que consegue multar uma cidade com 900 mil habitantes?”
O tucano apelou para que as pessoas só procurem uma unidade de saúde em caso de urgência porque segundo ele não há mais como a cidade atender outros casos: “Eu tenho a maior disponibilidade per capita (de leitos) para região: 477 leitos exclusivos para Covid-19; 151 UTI. E é possível que hoje eu não tenha onde colocar um paciente.”, afirmou.
De acordo com o prefeito de São Bernardo do Campo, na rede privada a situação da cidade não é melhor: a ocupação já está em 94%. Ele ainda comentou a mudança de perfil dos pacientes internados: “mais de 50 pacientes aqui hoje têm menos de 45 anos, 8 deles estão na UTI”, desabafou.
Por isso, Morando defendeu um lockdown por ao menos cinco dias no Estado de São Paulo, funcionando apenas serviços hospitalares e farmácias.