O principal candidato da oposição na Venezuela, Edmundo González, se autodeclarou nesta segunda-feira (05) vencedor das eleições presidenciais realizadas em 28 de julho.
O documento foi publicado em uma rede social direcionado a população, Forças Armadas e agentes policiais.
"Foi uma avalanche eleitoral, cheia de energia e com organização cidadã admirável, pacífica, democrática e com resultados irreversíveis. Agora nos corresponde a todos fazer respeitar a voz do povo", diz a carta assinada também pela líder da oposição, Maria Corina Machado.
"Procede, de imediato, a proclamação de Edmundo González Urrutia como presidente eleito da República", finaliza o comunicado.
Alinhado ao atual governo, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) apresentou na sexta-feira (2) o segundo boletim da eleição com mais de 90% das urnas apuradas, apontando 51,9% dos votos para Nicolás Maduro e 43,1% para González.
O candidato da oposição acusa Maduro de manipular o processo eleitoral, indicando que o ditador obteve somente 30% dos votos, enquanto ele teria conquistado 67% nas urnas.
"A Venezuela e o mundo inteiro sabem que nas últimas eleições nossa vitória foi esmagadora. Com as atas em mãos, todo o planeta verá e reconhecerá o triunfo das forças democráticas", diz a nota.
Maduro declarou estar à disposição para apresentar 100% das atas, após a comunidade internacional contestar os dados do CNE e considerar que a eleição não foi democrática enquanto não houver transparência no processo eleitoral.
"Muito em breve serão conhecidas, porque Deus está conosco e as provas já apareceram", disse Maduro.
Confira a íntegra do documento publicado:
“Venezuelanos, cidadãos militares e funcionários policiais,
A Venezuela e o mundo inteiro sabem que nas últimas eleições de 28 de julho nossa vitória foi esmagadora. Desde o mais humilde cidadão, testemunha, membro da assembleia de votos, oficiais das Forças Armadas, polícia, até organizações internacionais e governos sabem. Com as atas em mãos, todo o planeta verá e reconhecerá o triunfo das forças democráticas.
Fizemos a nossa parte. Temos realizado as mais formidáveis mobilizações cívicas para que a vitória eleitoral seja incontestável. É uma vitória obtida com enorme energia e firmeza, e temos feito em paz. Obtivemos 67% dos votos, enquanto Nicolás Maduro, 30%. Essa é a expressão da vontade popular. Ganhamos em todos os estados do país e em quase todos os municípios. Todos os cidadãos são testemunhas dessa realidade, incluindo os membros do Plano República.
Porém, Maduro se recusa a reconhecer que foi derrotado pelo país inteiro e, diante dos protestos legítimos, lançou uma ofensiva brutal contra os dirigentes democráticos, testemunhas, membros da mesa e até contra o cidadão comum, com o propósito absurdo de querer ocultar a verdade e, ao mesmo tempo, tentar acuar os vencedores.
Estamos conscientes de que em todos os componentes das Forças Armadas Nacionais está presente a decisão de não reprimir os cidadãos que de forma pacífica, reivindicam seus direitos e sua vitória. Os venezuelanos não são inimigos das Forças. Com essa declaração, os chamamos para impedir as ações de grupos organizados pela cúpula madurista, uma combinação de esquadrões militares e policiais e grupos armados à margem do estado, que golpeiam, torturam e também assassinam sob o amparo do poder maligno que representam. Vocês podem e devem parar essas ações de imediato. Pedimos a vocês para impedir a desenfreada repressão do regime contra o povo e a respeitar, e a fazer respeitar, os resultados das eleições de 28 de julho. Maduro deu um golpe de estado que contraria toda a ordem constitucional e querem fazê-los de cúmplices.
Vocês sabem que temos provas irrefutáveis da vitória. O relatório do Centro Carter é contundente sobre as condições e o resultado eleitoral, enquanto Maduro tenta fabricar os resultados quando, além disso, o prazo legal para a publicação dos mesmos, expirou.
Membros das Forças Armadas e dos corpos policiais, atendam a seus deveres institucionais, não reprimam o povo, acompanhem-nos.
Membros das Forças Armadas e dos corpos policiais, atendam a seus deveres institucionais, não reprimam o povo, acompanhem-nos.
Da mesma forma, pedimos a todos os venezuelanos que têm mães, pais, filhos, irmãos, parentes que são membros da Força Armada Nacional ou funcionários policiais, que exijam, que não reprimam, que não sigam ordens ilegais e que reconheçam a Soberania Popular, expressada nos votos de domingo, 28 de julho.
O novo Governo da República, eleito democraticamente pelo povo venezuelano, oferece garantias àqueles que cumprirem com seu dever constitucional. Além disso, destaca que não haverá impunidade. Este é um compromisso que assumimos com cada um dos venezuelanos.
Nós ganhamos esta eleição sem discussão alguma. Foi uma avanlanche eleitoral, cheia de energia e com uma organização cidadã admirável, pacífica, democrática e com resultados irreverssíveis. Agora nos corresponde a todos fazer respeitar a voz do povo. Procede, de imediato, a proclamação de Edmundo González Urrutia como presidente eleito da República.”