O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello começa a depor pelo segundo dia consecutivo na CPI da Pandemia do Senado Federal. Faltam 24 senadores perguntarem. Nesta quinta-feira (20), o general deve terminar o depoimento iniciado na quarta-feira (19). A sessão começou por volta das 9h30.
Logo no início, os senadores decidiram que a deliberação sobre os 27 requerimentos protocolados na comissão serão votados apenas na próxima semana. Também foi confirmado para terça-feira (25) o depoimento da secretária de Gestão do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. Conhecida como “Capitã Cloroquina”, ela deverá ser questionada sobre a promoção do uso de medicamentos sem comprovação científica.
O senador Otto Alencar, do PSD da Bahia, pediu a palavra para explicar que o ex-ministro passou mal ao fim da sessão de quarta, mas a interrupção do depoimento ocorreu por conta do início dos trabalhos no plenário do Senado e o regimento interno não permite o funcionamento de comissões concomitantemente com o plenário. Pazuello agradeceu o atendimento do senador e a sessão teve início.
O senador Eduardo Braga, do MDB do Amazonas, foi o primeiro a ter os 15 minutos para perguntas e comentários. O integrante da CPI questionou o fato de Pazuello ter ido a um shopping da capital amazonense em máscara. Eduardo Pazuello pediu desculpas.
A sessão continuou com perguntas sobre a falta de oxigênio no Amazonas.
Ao longo do depoimento, houve bate-boca por conta das respostas evasivas do ex-ministros e as contradições entre o discurso e a realidade.
PRIMEIRO DIA DE DEPOIMENTO
Na quarta-feira (19), Pazuello teve o direito de uma fala inicial na CPI da Pandemia e fez um autoelogio ao trabalho no comando do Ministério da Saúde. De maio de 2020 a março de 2021, o general ocupou o cargo de ministro. Mesmo amparado por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal, o militar respondeu às perguntas. Um assessor de Pazuello apenas afirmou que ele não responderia ao questionamento da senadora Eliziane Gama (Cidadania-Maranhão) sobre a situação em Manaus.
No entanto, o ex-ministro negou que tenha sido avisado com antecedência sobre os problemas no abastecimento de oxigênio hospitalar no Amazonas. O general foi desmentido por parlamentares do estado. Houve bate-boca após o ex-ministro afirmar que faltou oxigênio por apenas três dias.
Pazuello negou que Bolsonaro tenha desautorizado um acordo de compra da vacina CoronaVac, do Instituto Butantan. Sobre o relacionamento com o presidente, o ex-ministro buscou blindar Bolsonaro.
O ex-ministro negou que tenha incentivado o uso de cloroquina, um medicamento sem eficácia comprovada para o tratamento da Covid-19, afirmou que a Organização Mundial da Saúde não é soberana na determinação de diretrizes de saúde e sentenciou ter cumprido a missão no Ministério da Saúde.