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Em CPI da Pandemia, reverendo Amilton de Paula confirma intermediação de vacinas

Em depoimento, Amilton de Paula chorou e pediu perdão ao Brasil ao confirmar

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Reverendo Amilton de Paula confirmou que intermediou a venda de vacinas contra a Covid-19 na CPI da Pandemia
Reverendo Amilton de Paula confirmou que intermediou a venda de vacinas contra a Covid-19 na CPI da Pandemia
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O reverendo Amilton de Paula confirmou que intermediou a venda de vacinas contra a Covid-19 com o governo, chora e "pede perdão" ao Brasil.  

Nesta terça-feira (03), ele foi ouvido pela CPI da Pandemia.

Mais cedo, ele negou a intermediação, se dizendo embaixador mundial da paz. Amilton havia dito que as doses chegaram para ele através de um policial e que se sentiu usado com a situação.

“Hoje, com a série de eventos divulgados, entendemos que fomos usados de maneira ardilosa para fins espúrios e que desconhecemos. Vimos um trabalho de mais de 22 anos de uma Ong, entidade séria, voltada para ações humanitárias (e) educacionais, jogado na lama. Nós havíamos discutido isso no primeiro momento com Dominguetti, e esse preço seria o preço menos disponível para o mundo.”, disse Amilton.

Ele é fundador de uma entidade privada chamada Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, e é suspeito de negociar a venda de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca.

O nome do reverendo foi apresentado à CPI pelo policial militar Luiz Paulo Dominghetti, que dizia ser vendedor da Davatti e que, também em depoimento à comissão, afirmou que a empresa chegou ao Ministério da Saúde graças à ação do reverendo.

Ao ser confrontado com uma mensagem de Dominghetti, Amilton de Paula afirmou ser uma “bravata” ele ter confirmado que conversou “com quem manda”, assim como as menções à primeira dama, Michelle Bolsonaro.

Senadores acreditam que o reverendo se refere ao presidente Jair Bolsonaro quando diz “quem manda”.

Ainda no depoimento, o reverendo Amilton Gomes de Paula negou ter ligação com parlamentares e com o presidente Jair Bolsonaro, mas foi confrontado e voltou atrás na declaração.

O senador Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá, argumentou contra a rapidez que o religioso foi recebido pelo Ministério da Saúde: “O senhor está afirmando que não tinha relação com ninguém. Manda o e-mail 12h30, o e-mail é recebido, o senhor aponta o horário para ser recebido, e 16h30 o senhor é recebido. O que nos espanta aqui nessa Comissão Parlamentar de Inquérito é que farmacêuticas do mundo todo que estavam vendendo vacinas diretamente, não tiveram esse tratamento”.

Ainda na CPI, senadores aprovaram um pedido de afastamento da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como Capitã Cloroquina, por defender o uso do medicamento – Hidroxicloroquina - que é ineficaz no tratamento da Covid-19.

Outro requerimento aprovado foi a reconvocação do ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Élcio Franco, que atualmente trabalha como assessor na Casa Civil.

Além disso, também foram quebrados os sigilos do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, e do deputado Luis Miranda, que contou ao presidente Jair Bolsonaro sobre as supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin.

Ao todo, foram aprovados 129 requerimentos, entre pedidos de informações, convocações e quebras de sigilo.

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