A CPI da covid já tem mais de 170 requerimentos para serem analisados na primeira reunião, marcada para amanhã. Em entrevista à BandNews FM, o senador Omar Aziz, do PSD do Amazonas, que preside os trabalhos do colegiado, disse que, apesar do volume de trabalho e da amplitude dos casos que serão investigados, a CPI não é "abstrata".
Diferente de outras comissões que foram instaladas no passado, ele entende que essa, específicamente, afeta a vida de todos os brasileiros. Segundo ele, o governo federal cometeu uma série de erros na gestão da pandemia, mas, antes de apontar responsabilidades, é preciso traçar uma cronologia desses erros para que tudo possa ser esclarecido.
Aziz disse que a comissão não tem a intenção de pré-julgar as autoridades envolvidas na gestão da pandemia, que o relatório da comissão precisa ser técnico e os senadores precisam ter a consciência de que pressionar convidados e convocados não ajuda no processo de investigação. Disse, também, ser contra a convocação do ministro Paulo Guedes para que ele seja interrogado pelos membros da comissão.
De acordo com ele, as falas do ministro mexem muito com o mercado e não é papel da CPI "colocar gasolina na fogueira". No entanto, admite que, a depender do andamento dos trabalhos, a convocação pode ser feita: "se alguém disse que o país não comprou vacina porque Guedes mandou, aí podemos ouví-lo", disse.
Omar Aziz também explicou a escolha do senador Renan Calheiros, do MDB, para relatar os trabalhos: segundo ele, Calheiros foi escolhido porque o ex-presidente "acabou sobrando" após o senador Eduardo Braga desistir de assumir o posto: "O acordo era PSD na presidência e MDB na relatoria. Todos que me elegeram presidente da comissão sabiam que eu honraria minha palavra".
Apesar disso, foi taxativo: "Renan não é maior que a CPI".
Omar Aziz conversou com Eduardo Oinegue e a Débora Alfano. Acompanhe a entrevista completa: