Emirados Árabes mostram como petróleo pode enriquecer um país, afirma ministro

Em entrevista exclusiva, Alexandre Silveira, que comanda pasta de Minas e Energia, defendeu que o Norte e Nordeste do país terão ganhos financeiros caso ocorra o descobrimento de petróleo na região

BandNews FM

Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, concedeu uma entrevista à BandNews FM nesta quarta-feira (9) e falou sobre os estudos que podem definir se há petróleo em regiões próximas à Foz do Amazonas.

Segundo o político, a possibilidade de haver petróleo próximo à Foz do Amazonas poderá potencializar o desenvolvimento regional no Norte e Nordeste do país.

"Ninguém pode dizer o período que a transição energética irá durar. Basta olhar os Emirados Árabes para ver a fonte de riqueza que o petróleo traz para a região. Nosso potencial é menor, mas ele existe."

Silveira também defendeu a possibilidade do Brasil promover uma transição energética, mas pontuou que o país já conta com uma matriz energética e elétrica limpa e renovável muito acima da média global.

"Não é admissível que um país com 88% da sua matriz elétrica limpa e renovável, com 50% da sua da sua matriz energética, enquanto o mundo tem, em média, 15%, sacrifique ainda mais os brasileiros ao não poder sequer pesquisar suas potencialidades."

De acordo com o ministro de Minas e Energia, há estudos que apontam para a necessidade da utilização de petróleo como meio para garantir o funcionamento da mobilidade urbana até, no mínimo, o ano de 2040.

Alexandre também ressaltou que, mesmo com as dúvidas da pasta ambiental - atualmente comandada por Marina Silva - sobre a segurança da condução de estudos na região da Foz do Amazonas sobre a possível exploração de petróleo, a Petrobrás é conhecida mundialmente pela expertise na extração do minério em águas profundas e ultraprofundas.

"Não temos registros de acidentes, em especial acidentes de maior gravidade, em áreas semelhantes. O nome [Foz do Amazonas, concedido pela Agência Nacional de Petróleo (ANP)] foi inadequado, a área de pesquisa é no fundo do mar."

Alexandre detalhou que a região que os estudos sobre a possível extração de petróleo deverá ocorrer está 500 quilômetros afastado da Foz do Amazonas e 180 quilômetros distante do Oiapoque - ponto mais distante do país, no norte global.

Por fim, o ministro afirmou que a população brasileira tem o direito de conhecer as "potencialidades minerais" da região e disse contar com o "bom senso" para que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) possa avalizar o prosseguimento dos estudos para possível descoberta de petróleo na região de uma maneira segura.