O empresário Marcelo Araújo, dono de um haras, é apontado como o suposto chefe do esquema de vacinação clandestina em Belo Horizonte.

A afirmação foi feita pela falsa enfermeira Cláudia Torres, em depoimento à Polícia Federal nesta segunda semana de junho. Os documentos foram obtidos com exclusividade pelo jornalismo da Band.

A expectativa, segundo o advogado de Claudia, Bruno Agostini Ribeiro, é que a Polícia Federal foque as investigações no suposto chefe do esquema e nos demais empresários.  

Em depoimento, Claudia Torres disse ainda que apenas aplicava os supostos imunizantes contra a Covid-19, já que as doses eram fornecidas pelo empresário, Marcelo Araújo, dono do haras.

Era Marcelo, segundo ela, quem indicava as pessoas que receberiam a dose.

A falsa enfermeira disse que recebia cerca R$250 por aplicação, além de um bônus periódico, pago pelo dono do haras, que chegou a R$10.000.

Em nota, o empresário Marcelo Araújo, citado por Cláudia, negou qualquer relação com a vacinação clandestina e disse que ela mentiu para desviar o foco das investigações. Procurada, a Polícia Federal ainda não se pronunciou sobre o caso.

Questionada sobre as declarações do advogado, a Polícia Federal também silenciou.

Entre as pessoas que já prestaram depoimento à Polícia Federal por terem contratado os serviços da falsa enfermeira estão familiares do ex-senador Clésio Andrade e os irmãos Romulo e Robson Lessa, da Saritur, onde o grupo teria sido imunizado. Todos disseram ter caído em um golpe.

Claudia Torres, cuidadora de idosos é suspeita de aplicar doses falsas de vacina em esquema clandestino num condomínio de luxo em empresários e em garagens de ônibus na cidade de Belo Horizonte.

A cuidadora chegou a ser presa em março de 2021, mas foi solta em abril.