O engenheiro civil especializado em transportes e professor do Instituto Federal de São Paulo, João Virgílio Meerighi, concedeu uma entrevista à BandNews FM na manhã desta sexta-feira (11) e falou sobre a cratera que se abriu na Marginal Tietê nesta semana.
Segundo o professor, há maneiras de se detectar se há 'bolsões' que podem ceder em determinadas regiões da cidade. No entanto, trata-se de um custo muito elevado para a utilização destes serviços.
"O que aconteceu, infelizmente, ainda pode acontecer. Há como evitar, mas o custo não é baixo. Há 'georadares' que deveriam ser passados periodicamente, inspecionando, para ver como estão as camadas. Se estão ocas ou não. Isso é uma ferramenta que, se for implementada, podemos reduzir bastante o risco de situações como essa", disse.
"Essa cratera veio se formando ao longo dos últimos anos. Á agua vai se juntando ao ponto mais baixo, vai penetrando por fissuras pequenas [...] e levando partículas para o ponto mais baixo, o rio Tietê", completou.
Meerighi ainda ressaltou que existem mais pontos que podem ceder e formar crateras pela cidade de São Paulo, que ainda não apareceram, mas que podem, eventualmente, surgir caso não haja inspeção regular.
"Esse é um problema que todo sistema hidráulico, de água, apresenta. São pequenos vazamentos, gerados por movimentação abaixo dessas tubulações, e por microfissuras que vão levando as partículas no solo. [...] Esse não é o único, esse rompeu, mas existem outros", pontuou.
Questionado, o engenheiro confirmou que há a possibilidade da Prefeitura cumprir o prazo de entrega do local em três dias.