Em depoimento à Polícia Federal, Gabriela Cid, esposa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou que usou um certificado de vacinação falso e admitiu também que a responsabilidade por colocar os dados foi do marido.
Ela chegou por volta das 14h30 e prestou depoimento nesta sexta-feira (19), em Brasília, no inquérito que apura um suposto esquema de inclusão de informações falsas de vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde.
Mauro Cid teria colocado os dados no cartão do ex-presidente, da filha adolescente de Bolsonaro, de Gabriela. Os nomes dos das três filhas de Cid e Gabriela também teriam sido incluídos. Constam ainda registros de assessores próximos.
O militar está preso desde o dia 3 de maio por suspeita de fraudes, como apontam as investigações. Gabriela Cid é citada diversas vezes no inquérito.
Já Mauro Cid compareceu na à sede da Polícia Federal para prestar depoimento, mas ficou em silêncio por cerca de 40 minutos e, por isso, deve ser ouvido em uma outra data. Não há ainda uma definição.
Na ocasião, a defesa dele alegou que não teve acesso à perícia feita pela Polícia Federal no celular e definiu que ele vai responder às perguntas dos investigadores só depois de ter o laudo em mãos.
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro seria questionado sobre como um computador usado por ele acessou os dados de vacinação do ex-presidente nos dias 22 e 27 de dezembro, datas em que as informações falsas foram incluídas.
Cid também seria questionado sobre a suposta adulteração das informações vacinais da própria família dele.
Aliados de Bolsonaro, nos bastidores, esperavam que Mauro Cid assumisse toda a responsabilidade dessas possíveis irregularidades - o que acabou não acontecendo.
Nesta quinta-feira (18), depois de visitar o gabinete do filho no Congresso, o senador Flávio Bolsonaro, o ex-presidente disse que não tem mais falado com o ex-ajudante de ordens e que cada um deveria seguir a vida.