Estado americano do Oregon anuncia retorno do uso obrigatório de máscaras, até mesmo para vacinados

Recuo ocorreu também em cidades como Los Angeles e Washington, durante a chamada “pandemia dos não vacinados”

Rádio BandNews FM

Exigência do uso de máscaras valerá também para quem já tomou as duas doses da vacina  Foto: Reprodução/Mika Baumeister/Unsplash.com
Exigência do uso de máscaras valerá também para quem já tomou as duas doses da vacina
Foto: Reprodução/Mika Baumeister/Unsplash.com

A governadora do Oregon, Kate Brown, anunciou nesta terça-feira (24) que o estado americano voltará a adotar o uso obrigatório de máscaras até mesmo em ambientes abertos. A exigência valerá também para quem já se tomou as duas doses do imunizante contra a Covid-19.

Grandes cidades como Los Angeles e Washington já haviam determinado o retorno do uso do equipamento de proteção, principalmente em ambientes fechados, independentemente da situação vacinal dos frequentadores.

O recuo nas medidas protetivas ocorre pouco mais de três meses após autoridades de saúde dos Estados Unidos anunciarem que americanos vacinados não precisariam mais utilizar máscaras na maioria dos ambientes, ação vista como precipitada por diversos especialistas.

Pandemia entre não vacinados

Antes visto como sucesso no controle da pandemia com a vacinação da população, os Estados Unidos agora enfrentam uma estagnação no número de cidadãos imunizados, mesmo com uma quantidade de vacinas suficiente para três vezes a sua população.

Atualmente, pouco mais de 50% dos americanos estão completamente vacinados contra a Covid-19, número visto como insuficiente para a contenção da circulação do vírus. O cenário se agrava ainda mais quando se leva em consideração o aumento de casos da variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia, cujo potencial de transmissão é 97% maior do que a cepa original do coronavírus, segundo pesquisadores ligados à Organização Mundial de Saúde (OMS) e ao Imperial College.

A inércia na vacinação pode ser explicada principalmente pelo forte movimento antivacina que atinge os Estados Unidos, impulsionado por fake news (notícias enganosas) sobre os imunizantes e pelo entendimento, por parte da população, de que a pandemia estaria próxima ao fim – quando, na verdade, somente no país norte-americano, os casos de covid-19 subiram 12% nos últimos 7 dias, enquanto as mortes avançaram 23%, segundo informou a diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), Rochelle Walensky, durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (24).

Vaias após Trump recomendar vacinas

A recusa por vacinas se tornou ainda mais evidente após um comício no Alabama feito esta semana pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No evento, o republicano foi vaiado após defender a vacinação contra a Covid-19 para seu eleitorado.

“Eu acredito totalmente em suas liberdades, acredito mesmo. Você tem que fazer o que quiser”, disse Trump. “Mas eu recomendo tomar a vacina! Eu tomei, é bom, tome a vacina”, reiterou, antes de receber protestos do público.

Acompanhe mais informações sobre o avanço da Covid-19 nos Estados Unidos com o correspondente da BandNews FM em Nova York, Eduardo Barão: