Enquanto aguarda um posicionamento do Governo do Brasil sobre o resgate de brasileiros na Faixa de Gaza, o palestino Hasan Rabee, pai de duas crianças brasileiras, precisou mudar de casa pela terceira vez desde que o conflito entre Israel e Hamas começou no último sábado.
Falando à BandNews FM, ele contou que, na manhã desta quinta-feira (11), por causa de mais um bombardeio, precisou deixar, com as filhas, a mãe, a esposa e as irmãs, o local onde ele estava apenas com as roupas do corpo: a comida que ele tinha para mais dois dias ficou para trás.
Diferente do que é divulgado pelas forças israelenses, Hasan afirma que os bombardeios da contraofensiva em Gaza não têm nenhum tipo de aviso prévio por parte das autoridades de Israel e que o momento não permite com que ele consiga traçar um plano ou uma rota para deixar a Faixa de Gaza.
O plano, por enquanto, tem sido sair de locais bombardeados para locais em que ele acredita serem mais seguros: "para onde sair não existe. No mar tem Israel, na fronteira terrestre tem Israel, em todo lado você encontra Israel. Nós estamos na maior prisão do mundo e morrendo. Estamos apenas correndo de um lado para o outro dentro deste presídio", desabafa o palestino.
O governo brasileiro informou que já possui um plano para retirada de brasileiros da Faixa de Gaza: agora pela manhã, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou e recebeu o apoio do chanceler do Egito, Sameh Shoukry. O país africano tem a única fronteira por onde é possível retirar as pessoas do território conflagrado. De acordo com Vieira, para que a operação entre em vigor falta apenas concluir a documentação e informar o governo egípcio sobre o dia e o horário em que os ônibus com os brasileiros poderão atravessar a fronteira em segurança.