Quase seis anos depois do rompimento da barragem em Mariana, 150 famílias atingidas ainda não foram sequer procuradas pela Samarco e pela Fundação Renova para o pagamento de indenização.
Em 2015, a barragem de Fundão, de propriedade da Samarco, se rompeu e despejou 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro.
A mineradora tem suas ações divididas entre a Vale e a BHP Billiton. Após a catástrofe, a Fundação Renova foi criada para tentar contornar os danos criados na cidade mineira.
Na última terça-feira (6), em uma audiência judicial, o Ministério Público reclamou da demora na conclusão do processo de reparação.
Segundo o MP, parte das pessoas prejudicadas pelo rompimento ainda não foi sequer cadastrada junto à fundação. A pandemia, nesse sentido, só teria alongado esse processo.
O órgão pede que a Cáritas, assessoria técnica que representa os atingidos, receba, em até 8 meses, os recursos para indenizar as 312 famílias que ainda aguardam o pagamento da indenização definida por meio de acordo.
Em resposta, entretanto, a Samarco pediu mais tempo para avaliar a proposta - e uma nova audiência ficou marcada para 15 de julho.
Por meio de nota, a Renova disse que pagou mais de R$ 250 milhões a 607 famílias de Mariana. A fundação também afirmou que, das 1.341 famílias cadastradas, 1.177 iniciaram as tratativas de acordo de reparação.