Cerca de 100 famílias desabrigadas vivem há quase um mês às margens da rodovia BR-290, conhecida como Freeway, no Rio Grande do Sul.  

Abrigadas em barracas improvisadas, as famílias sobrevivem de doações de comidas e roupas desde que as fortes chuvas e enchentes atingiram o estado.  

Na tarde desta terça-feira (28), os termômetros marcavam 12 graus em Porto Alegre. Uma moradora do bairro Humaitá, que ainda está alagado, afirma que muitas famílias do bairro perderam tudo. 

"É uma coisa que não tem explicação. Não tem uma família que possa dizer 'eu consegui salvar a minha casa'. Não tem explicação. As casas foram tomadas pelas águas", disse.

Segundo dados da Defesa Civil gaúcha, mais  de 550 mil famílias foram desalojadas desde o início das enchentes no estado. Quase 49 mil pessoas vivem em abrigos temporários. 

No Humaitá, a água começou a baixar nesta terça devido ao uso de bombas colocadas na Zona Norte de Porto Alegre.  

As famílias que estão às margens da Freeway cozinham coletivamente de maneira improvisada a partir da doação de alimentos. 

“A gente tem uma lata aqui e quando tem lenha a gente faz. A gente tem doação de comida crua, mas choveu ontem e as lenhas estão molhadas então ainda não comi nada hoje. Às vezes recebemos marmitinhas e comemos. É assim que tem sido”, relatou a moradora. 

Chuvas no RS: os números atualizados da tragédia  

• São 169 mortos pelas enchentes no Rio Grande do Sul, segundo o boletim da Defesa Civil gaúcha desta terça-feira (28)
• 53 pessoas seguem desaparecidas e 806 feridas.
• Mais de 2,3 milhões de pessoas foram afetadas pelas chuvas.
• 581 mil estão desalojadas.
• 48.789 pessoas em abrigos temporários.