Funcionários de mercado pediram recompensa por supostos assaltantes antes de entregar para o tráfico

Da Redação

Funcionários de mercado pediram recompensa por supostos assaltantes antes de entregar para o tráfico Reprodução TV
Funcionários de mercado pediram recompensa por supostos assaltantes antes de entregar para o tráfico
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Um funcionário de uma das lojas da rede de supermercado Atakarejo, no bairro de Amaralina, em Salvador, afirma que seguranças do estabelecimento teriam usado um celular corporativo para entrar em contato com familiares de Bruno Barros e do sobrinho dele, Yan Barros da Silva, para pedir uma recompensa para manter os dois vivos.

Os dois homens negros foram encontrados mortos com sinais de tortura na última segunda-feira no bairro de Brotas, também na capital baiana.

A dupla é acusada de entrar no mercado para furtar carne.

Conforme a testemunha, que preferiu não se identificar, tio e sobrinho foram espancados por seguranças e por outros trabalhadores da loja antes de serem entregues para traficantes do bairro.

Ele afirma que Bruno teria pedido para não morrer durante a surra:

“Não faz isso comigo, tenho família e mulher”, teria dito a vítima.

Foto: Reprodução

À rádio BandNews FM, um parente do tio e sobrinho, que também preferiu não se identificar, confirmou que familiares receberam a ligação e que a recompensa pedida no telefone foi de R$ 10 mil.

O familiar, no entanto, afirma que os dois já estavam mortos.

“Eles pegaram o celular de Bruno e começaram a ligar para algumas pessoas via WhatsApp pedindo 10 R$ mil reais para liberar os dois”, afirma o familiar.

Ainda segundo a testemunha que estava presente no mercado, os traficantes esperaram tio e sobrinho na porta do mercado.

Ele ainda afirma que o gerente de prevenção da loja, de prenome Agnaldo, foi afastado da empresa após o episódio.

Em nota, o Atakarejo informou que está dando “todo suporte a ele [funcionário]e à família, certo de que as imagens demonstram conduta conforme as leis e normas legais”.

O supermercado Atakarejo pertence a Teobaldo Costa, empresário que tentou carreira política na última eleição. Ele se candidatou a prefeito da cidade de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador.

O Atakarejo disse ainda que já entregou todos os documentos necessários para investigação e apuração dos fatos para os órgãos competentes do Estado.

De acordo com a Polícia Civil, a motivação do crime está relacionada ao tráfico de drogas e que ainda não é possível confirmar a relação entre o furto ao supermercado e os homicídios.

A facção criminosa que comanda o tráfico no bairro do Nordeste de Amaralina é o Comando Vermelho, grupo criminoso carioca que passou a comandar as atividades ilícitas na região no ano passado.