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Fundação Educafro abre ação contra Gol após expulsão de passageira negra de voo

Entidade pede indenização de R$ 50 milhões por dano moral coletivo contra a comunidade negra

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Fundação Educafro abre ação contra Gol após expulsão de passageira negra de voo
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Após uma professora negra ser expulsa de um voo da Gol, a Fundação Educafro entrou nesta quarta-feira (03) com uma ação civil pública contra a empresa de linhas aéreas. Na ação, a organização pede uma indenização de R$ 50 milhões por dano moral coletivo contra a comunidade negra.

O episódio de racismo aconteceu na última sexta-feira (28), quando agentes da Polícia Federal foram acionados pelo comandante do voo da Gol para retirar a passageira, identificada como Samantha Vitena, por ela ter se recusado a despachar a mochila com um notebook dentro.

Com o bagageiro acima dos assentos lotado, ela recebeu oferta para despachar gratuitamente a mochila no compartimento geral da aeronave, mas rejeitou porque o equipamento poderia ser danificado.

A professora conseguiu acomodar a mochila com o auxílio de passageiros, mas mesmo assim o comandante manteve a ordem para que os policiais a retirassem do avião. Após assinar o registro da ocorrência, Samantha foi realocada pela companhia aérea em um outro voo para São Paulo.

O diretor executivo da Educafro, Frei David Santos, ressalta que a Gol instituiu um ambiente hostil, com treinamento e liderança pautados pelo racismo estrutural, apresentando risco para a sociedade e para os próprios profissionais da empresa.

Ele ressalta que a ação tem um forte caráter pedagógico, não só com a Gol, mas todas as empresas brasileiras.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou que o ministério notificou todos os envolvidos no caso. Ela esteve em Salvador nesta quarta para um encontro com a embaixadora dos EUA na ONU sobre o plano conjunto entre os países de combate à desigualdade racial.

A defesa de Samantha também abriu um processo contra a Gol. A advogada Rebeca Santos pede indenização por danos morais e solicita a condenação da empresa pelo crime de racismo.

Em nota, a companhia aérea afirmou que a passageira havia acomodado a bagagem em um local que atrapalhava a passagem. A Polícia Federal abriu inquérito para apurar o caso.