Fuzileiro naval que serviu no Afeganistão acredita na resistência cultural dos afegãos; entenda a ascensão do Taleban

Em entrevista à Rádio BandNews FM, Alexandre Danielli levanta a possibilidade de o Taleban ter se renovado e atualizado nos últimos anos

Ascensão do grupo extremista na capital do Afeganistão pode ter outras ramificações, segundo especialista Foto: Reprodução/Youtube
Ascensão do grupo extremista na capital do Afeganistão pode ter outras ramificações, segundo especialista
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O fuzileiro naval Alexandre Danielli, brasileiro que serviu aos Estados Unidos e atuou contra o Taleban no Afeganistão, acredita que haverá resistência cultural ao novo regime no país asiático.  

Alexandre imigrou para os Estados Unidos aos 19 anos, casou e se alistou por sugestão do sogro, que era veterano de guerra. Ele serviu no Oriente Médio de entre 2010 e 2011.

O Taleban recentemente tomou a capital do Afeganistão e o brasileiro conta um pouco sobre sua visão do que está acontecendo no país atualmente, baseado na experiência que teve.

Segundo ele, a coalizão de 18 países deixou um legado depois de 20 anos de ocupação e que, apesar da pobreza, a realidade cultural sofreu mudanças nas últimas décadas.

Para o fuzileiro, o Taleban pode ter sido renovado já que o discurso deles mudou, embora ainda seja radical.

O brasileiro alerta, no entanto, que o grupo extremista pode usar a capital Cabul como espelho para o mundo para esconder o horror nas províncias do país.

Alexandre Danielli foi indenizado por ferimentos de guerra que sofreu no Afeganistão causados por estilhaços de uma bomba e hoje o militar usa uma bengala para se locomover.

Acompanhe a entrevista completa:

A ASCENSÃO DO TALEBAN

A ascensão do grupo extremista na capital do Afeganistão pode ter outras ramificações, como diz o professor Renatho Costa.

Para o especialista em conflitos no Oriente Médio, o tráfico de drogas é uma das chaves para entender a tomada de Cabul pelo Taleban.

Nos últimos dias, o escritor Italiano Roberto Saviano escreveu um artigo em que chamou atenção para o assunto e destacou que é "um erro" chamar o grupo de "milicianos islâmicos".

Segundo ele, "os talibãs são traficantes de drogas" e a vitória no Afeganistão "não foi do Islã, mas, sim, do tráfico".

Saiba mais com Renatho Costa: