O general Gonçalves Dias, que comandou o Gabinete de Segurança Institucional no início do governo Lula e foi filmado dentro do Palácio do Planalto durante as invasões às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, afirmou nesta quinta-feira (22), em depoimento à CPI na Câmara do Distrito Federal que investiga o episódio, que tentava esvaziar o prédio no momento em que foi flagrado.
O militar disse ainda que não foi convidado para participar da reunião das forças de segurança de Brasília que definiria um plano para aquele domingo.
Ele pediu demissão após a divulgação das imagens em que ele aparecia no interior do imóvel. O general reiterou que apareceu nas imagens de segurança do Planalto junto com outros agentes do GSI para tomar providências com a intenção de evacuar o prédio.
Gonçalves Dias admitiu que teve o nome indevidamente incluído em documentos produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que foram enviados ao Senado. Ele ressalto que nunca participou de reuniões de inteligências para discutir ações de segurança.
“Eu não participei de nenhum grupo de WhatsApp, eu não participo do grupo, eu não sou o difusor daquele compilado de mensagens, então o documento não condizia com a verdade. O documento foi acertado e enviado”, afirmou o ex-ministro.
A comissão aprovou um requerimento para convidar o ministro da Justiça, Flávio Dino, a depor, mas a audiência não tem data para ser realizada.
O general Gonçalves Dias deve ser ouvido também pela outra CPI, a do Senado. Além dele, o diretor-adjunto da Abin, Saulo Moura da Cunha, também teve um requerimento aprovado para ser ouvido pela comissão. Nas ocasiões, os dois devem prestar esclarecimentos sobre o documento enviado ao Congresso Nacional.