
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse neste sábado (25) que o presidente Lula determinou o uso de um avião da FAB para receber brasileiros deportados dos Estados Unidos para impedir que o grupo ficasse algemado. Cerca de 150 pessoas chegaram na aeronave, que pousou em Manaus na noite de sexta-feira (24). Mas não está certo o número de passageiros que voaram algemas nos pés e nas mãos
O voo com os deportados tinha o aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, como destino final, mas o aparelho registrou um problema mecânico e não pôde seguir viagem após uma parada técnica.
Um avião da Força Aérea Brasileira foi deslocado de Brasília para Manaus neste sábado para concluir o trajeto. O terminal mineiro costuma ser utilizado pelas autoridades porque a maioria dos expulsos do território americano tem origem em Minas Geral, Goiás e Espírito Santo.
Em nota, Lewandowski disse ter orientado que a Polícia Federal recebesse os brasileiros e “determinou às autoridades e representantes do governo norte-americano a imediata retirada das algemas”.
A deportação do grupo já estava prevista há semanas, embora tenha sigo concretizada sob a administração de Donald Trump. O republicano tem um discurso duro contra estrangeiros que entram ilegalmente no território americano.
O acordo entre Brasil e Estados Unidos que permite a deportação de brasileiros por via aérea foi assinado em 2017, ainda no governo de Michel Temer. Biden e Lula não romperam o documento, que permite o uso de algemas nos voos.
As autoridades americanas defendem que parte dos deportados são criminosos e que o uso de algema mantém a segurança dos agentes de imigração que participam dos voos.
Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública disse enfatizar “que a dignidade da pessoa humana é um princípio basilar da Constituição Federal e um dos pilares do Estado Democrático de Direito, configurando valores inegociáveis.”