O governo federal já se prepara para negociar com o Congresso as mudanças na medida provisória que aumenta a cobrança de impostos na folha de pagamentos.
A decisão tomada da semana passada, sem nenhum aviso prévio, afeta os 17 setores que mais empregam no País.
São empresas de vestuário, construção civil, call center, comunicação, entre outros, com mais de 9 milhões de empregos.
A medida do Planalto contraria a posição da Câmara e do Senado, que já tinham derrubado o veto do presidente Lula que colocava fim à desoneração.
A proposta, que eleva os impostos cobrados sobre a folha de pagamentos, começa a valer em abril.
Diante das reações negativas, a avaliação de membros do governo é de que até lá há espaço para negociações e mudanças.
O Planalto sinaliza que não vai esperar a volta do recesso parlamentar, em fevereiro, para iniciar as articulações.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já deve se reunir com parlamentares na volta das férias, em 13 de janeiro.
O texto enviado ao Congresso deixará as contratações mais caras.
Em vez de alíquota de 1% a 4,5% sobre o faturamento bruto, as empresas vão voltar a pagar de 10% a 20% de contribuição previdenciária gradualmente.
Há forte expectativa, no entanto, para que o Congresso derrube esse texto.
O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, vai analisar a constitucionalidade do texto. Depois, deve decidir sobre a tramitação da MP após ouvir os líderes de Câmara e Senado.