O Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUEP), na Zona Norte do Rio de Janeiro, denuncia que tem recebido roupas cirúrgicas e de cama sujas para dar aos pacientes.
Funcionários do local, pertencente à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), afirmam que as roupas chegam manchadas de sangue, urina, fezes e uma “coloração suspeita”.
"É utilizado a própria roupa da UERJ ao invés de alugar o enxoval, conforme contratado. É enviado roupas com detrimento de sangue, fezes e urina. O hospital vive verdadeiramente um caos, com risco de infecção hospitalar. “, disse um funcionário do estabelecimento, em condição de anonimato, para a Rádio BandNews FM RJ.
No ofício obtido pela reportagem, a reclamação formal ainda destaca que o fornecimento de roupas de camas, pijamas e camisolas hospitalares é insuficiente, o que tem gerado problemas operacionais.
É apontado inclusive o risco paralisação dos serviços do hospital, uma vez que a falta de roupas dificulta o agendamento de consultas e procedimentos cirúrgicos.
O Hospital Universitário também enfrenta problemas com a liberação de leitos da Unidade de Terapia Intensiva devido ao problema.
O Hospital Pedro Ernesto conta hoje com mais de 500 leitos de internação e uma estimativa de mais de três mil procedimentos cirúrgicos por mês.
A empresa responsável pelos serviços é a Ecolav Serviços Técnicos de Lavandeira. Ela começou as operações no dia 25 de novembro de 2024. Menos de dois meses depois, as primeiras reclamações já começaram a aparecer.
O contrato foi assinado por 24 meses, com o valor total de mais de R$ 20 milhões.
A UERJ afirmou que já notificou duas vezes a empresa sobre os problemas. O prazo da segunda notificação vence nesta quarta-feira (22).
Em caso de não cumprimento da regularização do serviço, a entidade estuda aplicar medidas cabíveis, entre elas, a rescisão do contrato.
Antes de fechar o contrato com a Ecolav, o hospital manteve por dois anos um contrato emergencial, sem licitação, para garantir o serviço de lavanderia.