“É um recorte do que poderiam ser as empresas em busca de um mundo com equidade”, define André Vasco, sócio do espaço, sobre a Il Sordo, a nova queridinha dos paulistas. A Il Sordo é uma gelateria onde todos os funcionários, desde os que produzem os gelatos até os que atendem o público, são surdos.
A ideia original surgiu em Sergipe, criada por Breno Oliveira, uma pessoa surda desde que nasceu e que, por falta de oportunidades, decidiu criar seu próprio negócio. Agora, juntamente dos seus sócios André Vasco e o Felipe Paladino essa proposta inovadora chega à capital paulista.
Vasco conta que descobriu uma leve perda auditiva em um dos ouvidos em 2015 e relutou para aceitar no começo. Ao conhecer a Il Sordo em Sergipe, se identificou e se sentiu conectado de alguma forma.
Ao ser questionado se a inserção de pessoas com deficiência auditiva em espaços de lazer colabora para a aceitação da deficiência, ele responde entusiasmado: “Sim, é uma potência! Colocar essas pessoas em um lugar de protagonismo. Aqui na Il Sordo, temos a acessibilidade reversa; as pessoas se adequam ao espaço, e essa é a ideia”.
No seu primeiro dia de trabalho, Samuel, o novo funcionário do espaço, compartilha como está sendo a experiência: “Eu já trabalhei em outras empresas que até tinham acessibilidade, mas enfrentavam muitos desafios. Aqui é diferente, porque a acessibilidade é 100% e voltada exclusivamente para a comunidade surda.”
A gelateria está localizada na R. Coropé, 57, em Pinheiros. O cardápio é amplo, com mais de 20 sabores, incluindo opções sem lactose, veganas e sem açúcar.
A comunicação é feita em Libras, mas se você não souber, não se preocupe; em alguns casos, a leitura labial funciona, e o clássico apontar também é uma opção. O importante é sair aprendendo mais sobre essa língua. Lembre-se: Libras não é apenas uma linguagem, mas sim uma língua! Você não gesticula; você fala Libras.
*Sob supervisão de Roberta Russo