Três funcionários da sede da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos nos Estados Unidos estão no Brasil para prestar depoimento.
A Comissão de Investigação da Apex apura um possível desvio de conduta do pai de Mauro Cid após deixar o comando do escritório em Miami.
Denúncias de ex-funcionários apontam que o general Mauro Lourena Cid continuou com acesso a celulares e computadores da agência mesmo depois de deixar o cargo.
Ele também teria voltado várias vezes para apagar arquivos nas máquinas, principalmente após os ataques de 8 de janeiro em Brasília.
Outra suspeita é que o militar teria usado o escritório vazio para esconder os presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro que pertenciam à União.
A denúncia foi confirmada por uma funcionária da Apex que pediu para não ser identificada:
“O general se sentia bem à vontade de guardar os presentes do Bolsonaro lá. Inclusive, eu cheguei até ver aquele presente que ele tirou a foto”, disse.
A foto citada pela denunciante é a de um relógio recebido por Jair Bolsonaro como presente do governo do Bahrein em 2021.
Na imagem, aparece o reflexo do general Lourena Cid – e a suspeita é que ele tenha intermediado a comercialização da peça nos Estados Unidos.
O caso é investigado no inquérito da Polícia Federal sobre a venda de presentes da União.
A Comissão da Apex também investiga uma viagem de Mauro Lourena Cid ao Brasil para participar de um acampamento golpista em Brasília.
O deslocamento ao lado do diretor de investimentos da agência, Michael Rinelli, teria sido custeado pela própria Apex.
O gasto teria sido de mais de R$ 9 mil.