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Israel tem greve geral contra reforma do Judiciário e Netanyahu fica pressionado

Aeroporto de Tel Aviv é fechado e protestos avançam até as proximidades da casa do primeiro-ministro; legislação que tira poder da Suprema Corte é vista como autoritária

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Israel tem greve geral contra reforma do Judiciário e Netanyahu fica pressionado
Israel tem greve geral contra reforma do Judiciário e Netanyahu fica pressionado
Foto: Reuters

Trabalhadores israelenses anunciaram uma greve geral nesta segunda-feira (27) contra o avanço da reforma do judiciário pretendida pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. É esperado um pronunciamento do premiê ainda nesta manhã depois de uma madrugada de protestos que avançaram até as proximidades da casa do líder do país.

A onda de manifestações ganhou força após a demissão do ministro da Defesa israelense, Yoav Galant, que se manifestou contra a legislação que tira poderes da Suprema Corte. Neste domingo (26), o cônsul de Israel em Nova York também anunciou que deixaria o cargo em protesto.

O país vive um caos político desde que a proposta de tirar poderes de Judiciário e concentrar nas mãos do primeiro-ministro foi apresentada no Parlamento. Já houve uma primeira votação favorável ao projeto.

Nesta segunda (27), a rede McDonald’s anunciou o fechamento das unidades israelenses em apoio aos protestos. O aeroporto de Tel Aviv suspendeu nesta manhã as decolagens por causa das manifestações. Os protestos são capitaneadas pelos mais jovens, que também acusam Netanyahu de corrupção.

Com uma aliança frágil, o primeiro-ministro tem avançado também na proposta de criar novos assentamentos em áreas da Cisjordânia, o que cria mal-estar com os Palestinos. Um onda de ataques a faca assustou os israelenses nos últimos meses, enquanto os vizinhos pediam a paralisação das construções em terras reivindicadas.

Acusado de corrupção e favorecimento de grupos econômicos que o apoiam, Benjamin Netanyahu, também chamado de Bibi, é investigado pelo Judiciário do país e a reforma no sistema de Justiça é vista como uma vingança pelos contrários ao projeto.

Uma importante estrada também foi fechada pelos manifestantes nesta segunda (27) e o comércio está em partes fechado. Ministros têm aconselhado que o premiê paralise a tramitação da reforma, enquanto o Conselho de Segurança do país promete um pronunciamento para o fim da tarde sobre a situação dos protestos.

Na imprensa israelense, os episódios das últimas horas são descritos como um avanço do caos que o país está mergulhado.

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