O técnico da seleção espanhola feminina, Jorge Vilda, foi demitido do cargo nesta terça-feira (05). Ele deixa o comando da equipe 16 dias após a conquista do título inédito da Copa do Mundo Feminina de Futebol, que fechou um ciclo marcado por discussões entre o treinador e jogadoras da seleção.
Em 2022, após a Eurocopa Feminina, um grupo de 15 atletas, incluindo jogadoras que atuaram na campanha vitoriosa no mundial de 2023, assinaram um comunicado exigir a saída do treinador. No documento, havia denúncias de assédio moral. Na ocasião, a Real Federação Espanhola de Futebol deu apoio a Vilda e o manteve no cargo, o que fez com que algumas das jogadoras pedissem dispensa da seleção.
Jorge Vilda também foi criticado por estar entre os que aplaudiram o então presidente, Luis Rubiales, na assembleia extraordinária da entidade, em que ele afirmou que o beijo forçado na atacante Jenní Hermoso "era, acima de tudo, consentido", o que foi reiteradamente negado pela jogadora.
Rubiales foi suspenso pela FIFA e está afastado da presidência da RFEF por 90 dias, sendo interinamente substituído por Pedro Rocha. Além de confirmar a demissão de Vilda, o novo mandatário assinou um pedido de desculpas endereçado às atletas da seleção espanhola e a entidades como a FIFA e a UEFA, dizendo que "o dano causado ao futebol espanhol, ao esporte espanhol, à sociedade espanhola e ao conjunto dos valores do futebol e do esporte foi enorme."
Nesta segunda-feira (04), a seleção masculina da Espanha divulgou um comunicado prestando solidariedade às jogadoras e classificando o comportamento de Rubiales como "inaceitável, sem estar à altura da instituição que representa".