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Juíz e advogado discutem no 3º dia do julgamento do caso Kiss

Depoimentos de acusação e defesa marcaram o dia

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O terceiro dia do julgamento do caso da boate Kiss contou com depoimentos de acusação e de defesa.

O gerente da loja de artefatos pirotécnicos onde foram comprados os fogos utilizados na Boate Kiss foi a primeira testemunha a ser ouvida nesta sexta-feira (3).

Daniel Rodrigues, arrolado pelo Ministério Público, afirmou que o réu Luciano Bonilha Leão, produtor da Banda Gurizada Fandangueira, comprou os fogos mais baratos. Esses produtos possuem riscos se utilizados em ambientes internos.

Conforme o gerente, o funcionário da loja que vendeu o artefato informou que o uso interno desse fogo específico causa uma faísca que pode gerar qualquer tipo de combustão. Os produtos eram Sputnik e chuva de prata.

Durante o depoimento, a defesa de Luciano Bonilha Leão fez questionamentos se a loja de Daniel Rodrigues já havia sido fechada pela polícia. Nesse momento, uma discussão teve início, mas foi interrompida após a questão ser esclarecida pela testemunha, que explicou que o ambiente nunca foi fechado, embora tenha passado por suspeitas de irregularidades.

Em outro ponto, o advogado Jean Severo, que representa o produtor da banda, disse que a testemunha deveria estar no banco de réus. Os familiares que estavam na plateia reagiram e vaiaram, o que gerou uma confusão generalizada.

A sessão foi suspensa por cerca de 10 minutos. Nesse período, a representante do réu Marcelo de Jesus dos Santos, Dra. Tatiana Borsa, vocalista da banda, discutiu com o pai de uma das vítimas, Sérgio Leandro Soares.

O segundo depoente, Gianferson Machado da Silva, foi retirado da condição de testemunha e ouvido como informante. Ele trabalha com recarga de extintores de incêndio e inclusive fazia as trocas na boate Kiss. A decisão foi motivada por uma série de tweets da filha de Gianferson que criticava os réus do julgamento.

O terceiro depoimento foi de Pedrinho Bortoluzzi. Ele é juiz aposentado e contratava Marcelo de Jesus dos Santos em trabalhos como azulejista.

A testemunha indicada pelo vocalista da banda afirmou que o réu é um homem tranquilo, amigo de todo mundo e sempre foi muito cuidadoso.

Depois disso, o Tribunal do Júri voltou a ouvir sobreviventes do incêndio na boate de Santa Maria.

Érico Garcia trabalhava no bar da casa noturna. Ele disse que colou as espumas no teto da boate com os colegas João e Rogério a mando de Elisandro. Os dois amigos morreram no incêndio.

Érico ainda ressaltou que nunca teve treinamento contra incêndio e que na noite da tragédia salvou entre 15 e 20 pessoas.

Ao todo, 19 testemunhas e 14 sobreviventes serão ouvidos no julgamento dos 4 réus apontados como responsáveis pelo incêndio da Boate Kiss, que deixou 242 vítimas fatais e mais de 600 feridos.

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