Em participação ao BandNews FM no Meio Dia, a jornalista especializada em economia, Juliana Rosa, falou sobre os recentes programas de incentivo à compra em benefício de determinados setores. A fala refere-se à manifestação recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de buscar um meio para baratear os eletrodomésticos.
Segundo Rosa, o governo federal dificulta a queda do dólar e da taxa de juros - a Selic - ao desequilibrar as contas públicas na criação destes programas temporários.
Quando pensamos nesses programas, qual o efeito prático? Qual o custo benefício? Lógico que vai ajudar, mas a questão é: qual o efeito disso no PIB? Zero. Parece que está ajudando os pobres, mas está prejudicando. Se você desequilibra as contas públicas, você dificulta a queda do dólar e dos juros.
A colunista ainda ressaltou que há uma indefinição quanto ao aquecimento do mercado beneficiado com estas medidas, já que existe a possibilidade de uma antecipação na compra realizada.
Porque no programa de carros, você vende mais, mas é igual a 'BlackFriday'. Você adianta suas compras de dezembro para novembro. O efeito líquido é nulo. Na inflação, a mesma coisa. Pode ter mais deflação, mas o efeito é nulo, porque no outro mês, já sobe
Taxa Selic
Mesmo com a medida anunciada pelo governo federal para baratear os automóveis e a possibilidade da iniciativa se estender para os eletrodomésticos, o Planalto conta com uma diminuição na taxa de juros na próxima reunião do Copom (Conselho de Política Monetária) do Banco Central. A próxima reunião do grupo acontecerá no início do próximo mês há a expectativa de que o Bacen quebre as sucessiva manutenções na taxa Selic em 13,75% e inicie um ciclo de baixa nos juros.