A colunista Juliana Rosa, da BandNews FM, analisou durante a manhã desta quarta-feira (12) a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostrou uma forte aceleração do índice inflacionário.
No mês de fevereiro, o IPCA teve uma alta de 1,31% ante elevação de 0,16% em janeiro. Trata-se da maior alta registrada desde 2003 para o mês.
De acordo com a especialista, foi uma "aceleração forte e pesada" da inflação no período. "Essa aceleração era esperada. Em janeiro tivemos uma inflação muito baixa e já conversávamos porque foi pontual. Houve desconto na conta de luz e a energia elétrica voltou ao normal em fevereiro", analisou.
Outro ponto de observação da especialista é de que a inflação está "espalhada", e que por isso o cenário de combate à guinada nos preços pode ser desafiador.
"Por mais que tenha, nesse momento, de que a economia vai cresce mais devagar, a inflação é algo que vai se perpetuando na economia. É mais difícil ceder porque a economia está desacelerando. Temos que olhar com preocupação porque não está claro que a desacelereção da economia vai surtir efeito rapidamente para uma inflação mais baixa"", explicou.
Ao ser questionada sobre os possíveis impactos para a inflação da taxação que os Estados Unidos fizeram do aço e do alumínio brasileiro, Juliana disse que o dólar será o 'fiel da balança' na questão.
"Vai baixar ou vai subir? Isso vai ser fundamental porque pode ajudar ou atrapalhar a inflação. Se os Estados Unidos entraram em recessão, é um cenário ruim para o mundo. Por um lado, a inflação lá pode cair mais rapidamente o dólar se enfraquecer. Por outro lado, em momentos de grande estresse, o mundo corre para o dólar. Pode ser o pior dos cenários, com a 'estagflação". Qual o futuro do dólar é a pergunta de bilhões", concluiu.