Juliana Rosa: Programa "Desenrola" deve auxiliar na retomada do consumo

Colunista ressaltou que a queda de 1% nas vendas do comércio foi pior que o esperado e mostra alto índice de endividamento das famílias brasileiras

BandNews FM

A colunista da BandNews FM, Juliana Rosa, participou do Jornal BandNews FM na manhã desta sexta-feira (14) e comentou sobre os índices divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que mostram uma queda de 1% nas vendas do comércio no mês de maio.  

Segundo a jornalista especialista em economia, o dado do IBGE veio pior que o esperado já que havia a expectativa de um resultado negativo. No entanto, uma das possíveis explicações é o alto endividamento das famílias brasileiras.

Juliana explica que houve queda significativa nos setores de veículos e material de construção. Um dos fatores que pode explicar a queda no setor automobilístico é o programa de incentivo a compra de novos carros lançado pelo governo federal. "Pode ter segurado um pouco nas vendas", explica. Já material de construção lida diretamente com crédito e a alta taxa de juros - atualmente em 13,75% - pode ter impactado.

Dificuldade com as finanças

Outro ponto levantado é a queda de 3,2% no setor de supermercados, que poderia ter crescido em decorrência da deflação registrada e na diminuição dos preços dos alimentos, e no setor de roupas e calçados, que também caiu 3%.

É um dado que mostra a dificuldade de consumo dos brasileiros que estão altamente endividados e que não conseguem nem pagar suas dívidas passadas, que dirá ter dinheiro pra poder consumir mais. Por isso vai ser importante o lançamento, na semana que vem, do Desenrola.  

Desenrola é um programa produzido pelo governo federal que irá auxiliar parte da população a renegociar dívidas de até R$ 5 mil. O intuito é diminuir o número de inadimplentes e aumentar o acesso ao crédito aos brasileiros.  A expectativa é que o lançamento do programa ocorra na próxima semana.

É um programa específico para ajudar as pessoas a saírem do negativo, se reorganizarem, pagarem suas dívidas, todas juntas, poder parcelar tudo a perder de vista com uma parcela que caiba no bolso. É nesse programa mais voltado para a baixa renda a perspectiva.  

Mesmo com o resultado negativo do comércio em maio, em comparação com o mês anterior, trata-se da primeira queda no ano depois de nove meses de alta. No entanto, o comércio ainda encontra-se com um crescimento positivo anual de 1,3%.