A Justiça decretou nesta segunda-feira (11) a prisão preventiva do policial bolsonarista e autor dos disparos que terminaram com a morte do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. A informação foi repassada pelo Ministério Público Estadual (MP-PR).
O crime ocorreu no final da noite de sábado (9) quando Marcelo Arruda, de 50 anos, comemorava o aniversário. Jorge Guaranho invadiu o local da festa e disparou diversas vezes contra o petista.
De acordo com a Polícia Civil, o atirador não tinha sido convidado e se apresentava como apoiador de Jair Bolsonaro (PL). Embora, a princípio, os dois não tivessem um grau de intimidade, existem indícios de que a vítima conhecia o atirador.
Jorge da Rocha compõem o quadro de diretores da Associação Recreativa e Esportiva da Segurança Física (Aresf) em Foz, onde o crime aconteceu. A sequência de disparos foi registrada por câmeras de segurança do local.
Em contato com a reportagem da BandNews FM, André Alliana – uma das testemunhas do homicídio – contou que em um primeiro momento o atirador foi até o local da festa e ameaçou os participantes. Minutos depois, ele retornou e abriu fogo.
Até o momento, os depoimentos indicam que o atirador pode ter sido motivado por divergências políticas. Para a Secretaria de Segurança Pública de Foz do Iguaçu, o caso pode ser classificado como “intolerância política”.
Ao contrário do que havia sido informado inicialmente pela Polícia Civil do Paraná, o bolsonarista sobreviveu. Ele está internado em estado grave no Hospital Municipal de Foz, sob custódia da polícia.
O filho do guarda municipal assassinado conta que o pai era atuante na política. Como líder sindical, a vítima estava envolvida em discussões sobre direitos trabalhistas. No entanto, segundo Leonardo Miranda de Arruda, os debates aconteciam na Câmara Municipal, nos sindicatos ou nas redes sociais. O filho diz que Marcelo não tinha inimigos declarados.
O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), determinou que todos os procedimentos de apuração dos fatos, já instalados pela Polícia Civil, tenham celeridade. E afirmou que é preciso dar um basta na intolerância e na falta de respeito entre pessoas com opiniões divergentes.
Troca nas investigações
Depois da divulgação de postagens antigas em ataque à petistas, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) trocou o comando das investigações da morte do guarda municipal em Foz do Iguaçu. Quem assume é a delegada Camilla Cecconello, chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Nesta segunda, a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, denunciou relatos de que a delegada responsável até então, Iane Cardoso, usou as redes sociais no passado para atacar e ofender membros da legenda. Em uma das postagens, de abril de 2016, a delegada acusa petistas de roubarem e mentirem.
Em nota, a Secretaria de Segurança não confirmou que a saída foi provocada pelo posicionamento político de Iane e se limitou a dizer que a mudança é um reforço na investigação. O PT informou ainda que vai pedir ao Tribunal Superior Eleitoral e à Polícia Federal para que a investigação passe a ser feita pelas autoridades federais.