A proposta do presidente da Câmara, Arthur Lira, para mudar o regimento da Casa e agilizar a punição dos políticos “brigões” incomodou alguns deputados.
Segundo Lana Canepa, colunista da BandNews FM, a questão não é o fato de quem arrumar briga na Câmara ser punido, mas a proposta que o deputado acusado seja suspenso do mandato no momento que a Mesa Diretora envie a representação para o Conselho de Ética.
“Alguns parlamentares reclamaram dore seriam superpoderes da Mesa Diretora. A deputada Adriana Ventura falou das decisões monocráticas do Supremo que tanto criticam. Falando que era muito poder para a Mesa Diretora essa decisão por um afastamento cautelar”, explicou Canepa.
Pela proposta de Lira, o deputado ficaria sem a verba do gabinete no momento da denúncia. O Comitê de Ética então teria 15 dias para tomar uma decisão. Segundo os críticos, essa medida fere o direito de defesa dos deputados.
O presidente da Câmara, por sua vez, argumenta que a medida vai ajudar a quem estiver presidindo o plenário a cortar situações de confrontos tensos.
Lira anunciou na última terça-feira (12) a série de propostas contra as brigas entre parlamentares. A medida é uma resposta após uma semana envolvendo discussões ríspidas entre deputados de esquerda e direita em pelo menos três ocasiões. A deputada Luíza Erundina (Psol) chegou a ser internada após um mal-estar ocasionado por uma briga em uma comissão.
A urgência da proposta foi aprovada, com os deputados prevendo a votação dela para esta quarta-feira (12).
Outra medida que pode ser instituída é a ordem de que a Polícia Legislativa não vai mais afastar os “brigões”.
“Se eles querem se engalfinhar e fazer essa cena patética, problema deles. O policial legislativo não é pago para isso. Essa cena tá toda colocada: 'Me segura, que senão eu vou bater nele. Me segura, me segura'. Se não tiver ninguém segurando, será que vai acontecer, hein?”, comentou Lana.