A repercussão negativa envolvendo o Projeto de Lei que equipara o aborto após 22 semanas a homicídio fez o Congresso brasileiro a botar um “pé no freio” na medida. A informação foi trazida por Lana Canepa, colunista de política da BandNews FM, nesta sexta-feira (14).
Pé no freio no Congresso. O barulho do lado de fora incomodou
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já afirmou que a PL não será debatida com urgência caso chegue até a casa, destacando que ela passará por comissões para ser debatida.
O projeto deve desacelerar até mesmo na Câmara, onde teve a urgência aprovada em apenas 23 segundos, em votação simbólica.
“O Sóstenes Cavalcante[relator da PL] saiu da reunião de líderes falando que em duas semanas seria pautada, que ia estar em plenário essa matéria. O Arthur Lira já deu uma sinalização de que deve ser em quatro semanas, talvez mais. Tem muita gente querendo empurrar para depois do período eleitoral”, disse Canepa.
Hoje, o aborto é permitido pela lei em três casos no Brasil: gravidez decorrente de estupro, risco à vida da mulher e anencefalia do feto. O serviço deve ser oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Com o avanço do projeto, esses casos seriam enquadrados como crime de homicídio após 22 semanas de gestação, com a mulher podendo receber a pena de até 20 anos de prisão. Hoje, a pena máxima para o crime de estupro no país é de 10 anos, podendo chegar a 15 com agravantes.