O líder e cofundador do Talibã Mullah Abdul Ghani Baradar se encontrou secretamente na última segunda-feira (23) com o diretor da agência inteligência americana (CIA), William Burns.
A reunião foi revelada pelo jornal The Washington Post e também repercutida por outros veículos estadunidenses, como o The New York Times e a CNN estrangeira.
O encontro aconteceu na capital do Afeganistão, Cabul, já tomada pelos extremistas. Após a revelação, no entanto, a CIA se recusou a falar sobre o assunto.
Nos Estados Unidos, Burns é um dos diplomatas mais reconhecidos do governo liderado pelo presidente Joe Biden.
Já Baradar, também chefe político do grupo fundamentalista, é um dos líderes do acordo de paz dos talibãs com os EUA. As tratativas aconteceram ainda durante o antigo governo Trump.
A expectativa é que, durante a conversa, os dois tenham discutido o prazo para retirada de militares americanos e aliados do Afeganistão. Ainda nesta terça-feira (24), os talibãs insistiram em 31 de agosto como uma data máxima.
Por sua vez, o presidente Joe Biden, depois de conversar com outros líderes do G7, também anunciou que irá respeitar o prazo imposto pelos extremistas. Cerca de 6 mil soldados dos EUA estão concentrados no aeroporto internacional de Cabul.
Com isso, o governo americano terá que lidar com a pressão de aliados britânicos e franceses, que já tinham requisitado mais tempo para deixar o país.
O Talibã retornou ao governo afegão no domingo (15) e tentou demostrar um posicionamento mais moderado. A imagem, contudo, não perdurou e, neste momento, civis continuam tentando fugir de uma imposição radical da Sharia, a lei islâmica.