
A decisão da Justiça na terça-feira (4) de conceder uma indenização vitalícia para a viúva de Vladimir Herzog foi tardia na visão do âncora Luiz Megale, da BandNews FM. "Demorou demais, a Clarice tem 83 anos, essa pensão será paga por alguns anos, mas deveria ter sido liberada logo após a troca de regime", afirmou Megale.
O âncora citou que as filhas dos torturadores da ditadura militar recebem atualmente uma pensão de R$ 35 mil, algo semelhante ao que Clarice Herzog irá receber. "Estamos falando da esposa de um homem levado injustamente, um homem correto, levado, morto e ainda tentou dar àquele assassinato um suicídio. Fraudar o momento da morte, um dos momentos mais execráveis da ditadura militar", comentou.
Megale também relembrou que Clarice Herzog aparece em uma das músicas mais simbólicas do período da ditadura militar. "Para quem não sabe, Clarice é citada na música de Aldir Blanc, "O Bêbado e o Equilibrista": 'choram Marias e Clarices'", pontuou e disse:
"A Clarice que ele se refere é a viúva de Herzog, que agora, depois de tantos anos e décadas, com 83 anos e Alzheimer vê um pouquinho de justiça realizada aqui no Brasil".