
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (9), em discurso na cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que tarifas arbitrárias desestabilizam a economia internacional, e que "guerras comerciais não têm vencedores". Presidentes também discutem questões sobre o tratamento da imigração feito pelos Estados Unidos.
Durante discurso, Lula completou dizendo que a América Latina e o Caribe correm o risco de virar uma zona de influência de novas potências. “A América Latina e o Caribe enfrentam hoje um dos momentos mais críticos de sua história. (…) Nossa autonomia está novamente em xeque. Tentativas de restaurar antigas hegemonias pairam sobre nossa região”, finalizou.
"Se seguirmos separados, a comunidade latino-americana e caribenha corre o risco de regressar à condição de zona de influência em uma nova divisão de superpotências. O momento exige que deixemos as nossas diferenças de lado", disse Lula, pedindo união das nações.
O presidente brasileiro abordou temas como a defesa da democracia, mudança climática e a integração econômica e comercial, e pediu uma atuação conjunta dos países na cúpula.
Além da taxação americana, a deportação de latino-americanos pelos EUA foi debatida pelos presidentes na cúpula.
Diversos presidentes declaram suas opiniões. Gustavo Petro, da Colômbia, disse que aprovar a deportação dos imigrantes acorrentados seria como voltar à época dos navios negreiros. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, expressou que não aceita a criminalização dos imigrantes que mudam para os EUA em busca de uma vida melhor.
Já Miguel Díaz-Canel, presidente de Cuba, declarou que os EUA estão proporcionando uma “agenda agressiva” marcada pelo unilateralismo em temas de migração, comerciais e outros.
O evento, que aconteceu nesta quarta-feira (9), reúne representantes dos 33 países da América Latina e do Caribe, além de delegados de organismos internacionais e parceiros extrarregionais convidados pela presidência hondurenha.
O presidente petista aproveitou o discurso na cúpula para defender a candidatura de uma mulher da região para o cargo de secretária-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). As candidatas para o cargo são: Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile; Mia Mottley, primeira-ministra de Barbados; Rebeca Grynspan, ex-vice-presidente da Costa Rica.