O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pregou prudência nesta quarta-feira (19) em relação às negociações para a entrada de partidos do Centrão no governo. Segundo o petista, conversas com as legendas ocorrerão em agosto, com o fim do recesso parlamentar.
Durante entrevista na Bélgica, onde participou de uma cúpula entre países da América Latina e a União Europeia, o petista disse que cabe ao presidente definir ministérios e que é preciso ter calma e não a pressa de líderes partidários.
“Obviamente, que na medida que você tenha partidos com interesse em fazer parte da base, nós temos interesse em trazer esses partidos para a tranquilidade da nossa governança. Mas quem discute ministro é o Presidência da República. Não é o partido que pede ministério. É o presidente que oferece”, disse o petista.
Um dia antes, o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse que o embarque de Progressistas e Republicanos na base aliada estava “consolidada”, mas que os ministérios ocupados por ambos ainda seria definido pelo presidente da República.
O Centrão é um grupo de legenda que costuma negociar apoio político com a troca de cargos e indicações políticas. O PP é o partido do presidente da Câmara, Arthur Lira, enquanto o Republicanos é ligado à Igreja Universal.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, recebeu deputados federais de ambos os partidos no Palácio do Planalto.
O PP já demonstrou interesse na pasta da Saúde e do Desenvolvimento Social, mas o presidente Lula já declarou que estes ministérios não teriam mudanças. Enquanto o Republicanos tem interesse no Esporte e no Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Na semana passada, o Palácio do Planalto aceitou trocar o comando do Turismo para abrigar um deputado mais alinhado com a cúpula da União Brasil. O partido tem outros dois ministérios, mas não vinha entregando os votos necessários no Congresso Nacional.
Celso Sabino assumiu no lugar de Daniela Carneiro, deputada que pediu desfiliação do União Brasil e é uma aliada importante para o presidente pela força na Baixada Fluminense, área do Rio de Janeiro com forte presença do bolsonarismo. Ela deve ser nomeada vice-líder do governo na Câmara e ganhar cargos na estrutura governamental no estado fluminense.