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Maior rival de Senna, inglês revisita disputas em início: "Piloto por natureza"

A BandNews FM falou com Terry Fullerton, apontado pelo próprio brasileiro como seu grande oponente em disputas no kart

Alinne Fanelli e Ivan Brandão

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Ao fim da temporada 1993, Alain Prost acabara de se aposentar da Fórmula 1. Atrás de uma aspa para ilustrar o jornal do dia seguinte, os repórteres aguardavam Ayrton Senna. A pergunta cuja resposta estamparia as capas: “Quem foi o seu maior rival?”. A resposta parecia óbvia, mas o ordinário nunca foi muito a praia de Senna.

“Fullerton. Ele era muito experiente. Eu gostei muito de dirigir contra ele. Era pilotagem pura, pura corrida”, cravou o brasileiro.

O trecho retirado do documentário “Senna” rapidamente ganhou o mundo e fez famoso o inglês Terry Fullerton, atualmente com 71 anos, que conversou com exclusividade com a BandNews FM.

“Eu fiquei muito honrado, obviamente. Voltando aos 3 anos em que fomos companheiros de kart, eu sabia que ele tinha um respeito por mim assim como eu tinha por ele. É legal que ele tenha lembrado aqueles anos”, disse Fullerton. E quem melhor para falar sobre o início de Ayrton do que um companheiro de equipe alçado ao posto de melhor piloto que o melhor piloto já enfrentou?

“Minha primeira memória é de quando ele foi para a Itália pela primeira vez para correr em karts em 1978, quando ele tinha 17 anos. Essa é minha primeira memória, dele andando na fábrica, ajudando os mecânicos e indo para a pista testar logo antes do campeonato mundial de 1978 […]. Ele tinha muitas habilidades, era muito talentoso, um piloto por natureza. Mesmo ele tendo experiência em correr na América do Sul, no Brasil, a competição lá não era alta. Ele era rápido, tinha um ótimo controle de um carro e muita vontade de aprender” recorda o britânico.

Naquela altura, Senna já era bicampeão paulista de kart, tricampeão brasileiro e duas vezes campeão sul-americano. A ida à Europa em busca do título mundial não lhe rendeu o troféu. Nem a Fullerton. Ainda assim, o maior rival cultivou as mais brasileiras das memórias em relação ao ex-companheiro.

“Todo ano, nós costumávamos ter na Itália uma grande corrida: a Copa dos Campeões. Em 1980, ao fim de uma das corridas mais antigas, na última volta, consegui ultrapassá-lo e ganhei o campeonato. Obviamente, foi uma boa memória para mim e não para o Ayrton. Tem as memórias muito boas nos treinos, hotéis, brincando com ele", afirmou.

“Era um ser humano muito carismático. Um piloto muito talentoso e alguém muito especial para o povo brasileiro, obviamente. Ele se destacou na história do automobilismo. Piloto fantástico, realmente único. Ele realmente deixou o Brasil orgulhoso com o legado que ele deixou para o mundo e, particularmente, para o Brasil”, completou.

O primeiro título europeu não veio no kart, mas na Fórmula Ford de britânica, em 1981. Mas o troféu não garantiria a Senna um futuro no automobilismo. Assombrado pelo fantasma da escassez de recursos, por pouco o brasileiro não abandonou automobilismo. Já no Brasil e pronto para herdar os negócios da família, uma ligação e um convite: voltar à Europa para de novo ser campeão britânico e de quebra, continental, da Fórmula 2000.

No ano seguinte, campeão da Fórmula 3 inglesa. Ali era dada a senha. Um talento pronto para a Fórmula 1.

30 anos da morte de Senna

A BandNews FM apresenta durante a semana a série especial Ayrton Senna: O impacto do ídolo em uma geração, com cinco reportagens para rememorar a trajetória e o legado de Ayrton Senna. Os episódios vão ao ar de segunda (29) a sexta-feira (3).

A série, narrada por Bruno Camarão, tem produção de Alinne Fanelli, Isabela Mota e Yuri Queiroga, com texto e roteiro de Ivan Brandão.

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