
Uma pesquisa Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública revela que mais de um terço das brasileiras sofreu algum tipo de violência nos últimos 12 meses. Os números, divulgados nesta segunda-feira (10), apontam que esse é o maior índice registrado desde o início da série histórica, em 2017.
O tipo de violência mais comum envolve insultos, xingamentos ou humilhações, atingindo 31% das mulheres. Além disso, 16,1% relataram ter sido ameaçadas de agressão física, como apanhar, ser empurradas ou chutadas. Já as que efetivamente sofreram agressões físicas, como tapas, socos, empurrões ou chutes, somam 18,9% — o equivalente a 8,9 milhões de brasileiras.
Nos casos de violência sexual, 10,7% afirmam ter sido vítimas de abuso ou forçadas a manter relações contra sua vontade. Isso representa um total de 5,3 milhões de mulheres que sofreram agressões e ofensas de cunho sexual no último ano.
Os principais agressores são cônjuges, companheiros, namorados ou maridos, que correspondem a 40% dos casos. Ex-companheiros representam 27%, enquanto pais e mães respondem por 5,2% das agressões. Padrastos e madrastas são responsáveis por 4,1%, e filhos ou filhas, por 3%.
Quando se trata da busca por ajuda, 47,4% das vítimas não procuraram nenhum tipo de apoio após sofrerem violência. Entre as que buscaram auxílio, 19,2% recorreram a familiares, enquanto 15,2% pediram ajuda a amigos.
A procura por órgãos oficiais aparece em menor escala: apenas 14,2% das vítimas registraram a violência na Delegacia da Mulher. Outras iniciativas incluem a busca por apoio religioso (6%), a ligação para a Polícia Militar (2,2%), o contato com a Central de Atendimento à Mulher (1,8%) e a denúncia à polícia via registro eletrônico (0,7%).
A pesquisa tem abrangência nacional e foi realizada entre os dias 10 e 14 de fevereiro de 2025, com um total de 2.007 entrevistas.