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Manifestação é realizada após operação que deixou 25 mortos no Jacarezinho (RJ)

Operação que deixou 25 mortos, entre eles, um policial civil e 24 suspeitos

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Faixas e cartazes são usados cobrando uma resposta do Governo do Estado à ação policial mais letal da história do RJ
Faixas e cartazes são usados cobrando uma resposta do Governo do Estado à ação policial mais letal da história do RJ
Foto: Ryan Lobo/BandNews FM

Manifestantes estão na Cidade da Polícia, que é localizada em frente à favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, realizando um protesto por causa da operação que deixou 25 mortos, entre eles, um policial civil e 24 suspeitos.

São usadas faixas e cartazes cobrando uma resposta do Governo do Estado à ação policial mais letal da história do Rio. Velas foram acesas em frente a sede das delegacias especializadas da corporação. O Governo do Estado lamentou as mortes, mas considerou a ação eficaz.

As identidades dos suspeitos mortos não foram divulgadas.

A atuação já é considerada a mais letal da História do Estado em um único dia.  Nesta quinta-feira (7),  o ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, marcou a data do julgamento sobre a letalidade policial no Rio.

Os ministros do STF vão discutir no dia 21 de maio uma determinação de Fachin que suspendeu operações policiais em comunidades fluminenses enquanto durar a pandemia da Covid-19. Apenas ações consideradas excepcionais e informadas ao Ministério Público podem ocorrer.

A Polícia Civil afirma que avisou e teve autorização do MP. O delegado Rodrigo Oliveira, da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais, negou execuções na ação. Ainda segundo ele, todos os protocolos exigidos pelo STF foram seguidos.

A Polícia atribuiu a letalidade às dificuldades de locomoção por conta de barricadas instaladas em vias da favela. Durante a tentativa de retirada dos obstáculos, o policial André Leonardo de Mello Frias, de 45 anos, foi baleado na cabeça. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. O tiro teria sido disparado de um esconderijo montado pelos criminosos.

Dos 21 mandados de prisão expedidos, três foram cumpridos. Outros três alvos morreram. Ao todo, seis pessoas foram presas. Foram apreendidos seis fuzis, 16 pistolas, uma submetralhadora, uma escopeta e 12 granadas.

Houve confronto em pelo menos 10 diferentes pontos da comunidade. Peritos foram encurralados por criminosos, mas foram resgatado por agentes. Em outro momento, durante tiroteio, policiais acalmaram crianças que estavam dentro de uma casa contando histórias.

Pelas redes sociais, moradores relataram que houve abuso por parte dos policiais. A Polícia Civil nega e afirma que criminosos chegaram a invadir casas.

O Ministério Público recebeu denúncias de abuso policial, e vai fazer uma investigação independente. A própria Polícia Civil também irá apurar possíveis irregularidades, mas afirma que realizou perícias em todos os pontos do Jacarezinho onde mortes foram registradas, e que preservou o local.

A Defensoria Pública do Rio disse que foi à comunidade para ouvir moradores e testemunhas da ação policial para apurar as circunstâncias da operação, a fim de avaliar as medidas individuais e coletivas a serem adotadas.

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal do Rio informou que vai acompanhar e cobrar explicações.

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