O tenente-coronel Marcelo Blanco disse nesta quarta-feira (04) que tinha interesse em negociar vacinas com o setor privado, por isso, prosseguiu os contatos com o cabo da Polícia Militar Luiz Paulo Dominguetti e decidiu apresentá-lo ao ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias. O militar presta depoimento na CPI da Pandemia desde o início da manhã.
Blanco afirmou que começou a conversar com Dominguetti no dia 9 de fevereiro sobre a venda de vacinas para o mercado privado. Entretanto, os senadores o questionaram porque a lei que autorizava esse tipo de transação somente foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em 10 de março. Ou seja, qualquer negociação anterior para o setor privado seria questionada.
Diante do interesse, segundo ele, o jantar em Brasília no dia 25 de fevereiro não foi um encontro casual. Na data do jantar, Blanco já não era mais servidor do Ministério da Saúde.
“Eu sabia que o Roberto estaria no Vasto [restaurante em Brasília]. Eu posso ter sido inconveniente de levar o Dominguetti sem a ciência do Roberto.”, disse Marcelo Blanco.
O senador Omar Aziz, presidente da comissão, perguntou então se Marcelo Blanco e Roberto Dias eram amigos, mas ele desconversou. O encontro em um restaurante de Brasília onde teria ocorrido um pedido de propina por parte do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde é investigado pela CPI, que apura irregularidades e vantagens indevidas na compra na de imunizantes.
O tenente-coronel da reserva disse que foi procurado por Dominghetti no início de fevereiro. E que o policial militar se apresentou como representante da Latin Air Support, em nome da AstraZeneca.
No entanto, Blanco negou que tenha mediado a apresentação de documentos e/ou auxiliado Dominguetti a ter contatos no Ministério da Saúde.