Além de ser lembrado pelo Dia Internacional das Mulheres, o mês de março é voltado também para a conscientização e prevenção da endometriose e do câncer do colo do útero.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 7 milhões de brasileiras sofrem com endometriose. No entanto, nem todas conhecem a doença ou sabem reconhecer os sintomas.
A professora Maria Eugênia Costa, de 32 anos, diagnosticada em 2017 com endometriose profunda, conta que desde a adolescência sentia fortes cólicas ao menstruar, além de dores nas pernas, inchaço, dores nas costas e enjoo.
“Eu fui várias vezes ao pronto-socorro e quando faziam a bateria de exames não tinha resultado, ou o diagnóstico era inconclusivo, ou era virose”, contou à BandNews FM.
Após receber o diagnóstico e iniciar o tratamento, foi nas redes sociais que a pedagoga encontrou uma rede de apoio, onde compartilhava informações e experiências com outras mulheres.
A endometriose, além de crônica e inflamatória, ataca um importante tecido do canal vaginal conhecido como “endométrio”, região onde o embrião se desenvolve durante a gestação, além de ser responsável pela formação da placenta.
Em entrevista à BandNews FM, a ginecologista e obstetra Larissa Cassiano explica que parte da causa da endometriose é a retenção do sangue menstrual na pelve. Em casos mais graves, a doença pode se espalhar e afetar outros órgãos.
Os principais sintomas são cólicas menstruais intensas, dores abdominais, diarréia ou prisão de ventre e dores após a relação sexual.
Segundo a ginecologista, o diagnóstico é feito por meio de um ultrassom transvaginal com preparação intestinal ou de uma ressonância da pelve.
Atualmente, a endometriose pode ser tratada com hormônios e dietas anti-inflamatórias, mas a indicação é individual. Durante a menopausa, é comum que os os sintomas sejam amenizados.
Câncer do colo do útero
O câncer de colo do útero é reconhecido como a terceira doença mais letal entre mulheres, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
A oncologista e membro do Instituto Lado a Lado pela Vida, Sabina Aleixo, explica que este tipo de câncer é causado pela infecção genital persistente do vírus da HPV. Ela ressalta que o tabagismo e início precoce das relações sexuais também são fatores de risco.
A doença é caracterizada por causar lacerações na vagina, que podem evoluir para um câncer caso não seja diagnosticado precocemente. Em grau avançado, há sangramento vaginal, corrimentos com odores intensos e dores após a relação sexual.
Jovana Cristina dos Santos, de 33 anos, é uma entre as 17 mil brasileiras diagnosticadas com este tipo de câncer. Segundo ela, a detecção ainda é desafiadora. “Quando iniciei o tratamento fiquei bem debilitada, mas depois de fazer quimioterapia e radioterapia consegui entrar em remissão completa”, relata.
De acordo com a oncologista Sabina Aleixo, há vários métodos de prevenção, incluindo a vacina contra o HPV e exames preventivos, como o Papanicolau, que detecta alterações nas células do colo do útero.
O imunizante é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em três doses, a meninos e meninas de nove a 14 anos. Já o exame preventivo é recomendado a mulheres a partir de 25 anos.
Sob supervisão de Bruna Barone.