Vice-presidente da Federação Paulista de Futebol, Mauro Silva é o novo embaixador da Conmebol. Ele representará a entidade nos eventos, estará presente em seminários e auxiliará no desenvolvimento do futebol sul-americano.
Em entrevista exclusiva à BandNews FM, Mauro contou que recebeu o convite do presidente Alejandro Domínguez no último congresso realizado no Chile. Em 2021, o ex-volante entrou em campo com o troféu na final da Sul-Americana representando o RB Bragantino, time que ele defendeu no início da carreira. “Eu frequento os eventos da Conmebol há algum tempo e temos uma relação bem próxima. Vou representar a entidade e dar sugestões para fortalecermos o futebol sul-americano e o brasileiro”.
Mauro foi o responsável por costurar um acordo inédito há quase três anos entre a Federação Paulista e a LaLiga, entidade espanhola. A parceria envolve projetos, eventos e experiências educativas e empresariais com troca de informações e intercâmbio de profissionais.
“Essa relação tem nos ajudado. Eu acredito muito nessa união de forças entre entidades que organizam e administram o futebol, para trabalharmos de mãos dadas. Os objetivos são comuns: desenvolver essa indústria, fortalecer. O futebol sul-americano tem uma essência muito importante para o futebol mundial, mas faz 20 anos que não ganha uma Copa do Mundo. Mais do que nunca, é o momento de trabalharmos juntos para fortalecermos esse futebol que é tão importante para o nosso continente”, comentou.
Campeão do mundo com a seleção brasileira em 1994, Mauro não estará presente na final da Sul-Americana, em Córdoba, no dia 1º de outubro, entre Independiente Del Valle e São Paulo. Ele representará o presidente Reinaldo Carneiro Bastos em um encontro no Vaticano, uma vez que o mandatário da federação estadual irá para a Argentina.
O ex-jogador, aliás, quase atuou pelo Tricolor em algumas oportunidades. “Quando eu estava no Bragantino, a equipe iria entrar em férias e o Parreira me disse que eu precisava de um clube para treinar um tempo. O Telê era técnico daquele super time e eu fiquei uma semana lá treinando. Todo mundo falava que eu tinha que ficar. Mas o Nabi Abi Chedid [presidente], à época, falava que só iria me vender para a Europa, porque eu já estava jogando na seleção brasileira. Então, sempre houve contato, inclusive com o presidente Pimenta”, lembrou.
Já no final de carreira, em 2005, Mauro Silva recebeu nova proposta do São Paulo e por pouco não fez parte do elenco campeão da Libertadores e mundial. “É que a expectativa do torcedor era que voltaria o Mauro Silva campeão do mundo e ele já não existia mais naquele momento, estava em final de carreira e achei melhor não aceitar. Mas foi sempre uma relação de proximidade. Hoje, estando na federação também. Estamos muito felizes pelo clube, orgulhoso de estar novamente em uma final de torneio internacional, o time brasileiro que mais conquistou títulos internacionais. É muito importante o torcedor comparecer a essa final, ir à Argentina e se unir nessa grande festa do futebol sul-americano. Esperamos uma invasão em Córdoba”.
Quanto à final única de Libertadores e Sul-Americana, o vice da FPF reforça que ajustes precisam ser feitos, especialmente no que diz respeito à dificuldade dos torcedores na aquisição de hospedagem, no deslocamento, mas ele acredita que é um avanço.
“Eu morei 13 anos na Europa e joguei 5 edições de Liga dos Campeões. É uma festa incrível. Lógico que aspectos logísticos para os torcedores chegarem a essas cidades precisam ser considerados. Mas eu não tenho dúvida de que a final única bem estruturada e organizada gera mais riqueza para a competição”.
Outro aspecto abordado pela BandNews FM é com relação aos casos de racismo vistos com frequência em diversos jogos continentais nesta temporada. Mauro Silva reconheceu a importância de avançar no assunto. “Estarmos falando constantemente é importante, mas precisamos melhorar. Vou tentar contribuir participando na Conmebol, aqui na federação temos trabalhado nesse sentido também. O esporte não tem lugar para esse tipo de manifestação. Gosto muito do esporte, do futebol, como plataforma de educação, de inclusão. Não podemos aceitar que seja diferente disso, então, realmente é uma pauta importante”, afirmou.
O ex-volante ainda comentou como é importante a aproximação da Conmebol para entender o crescimento dos clubes brasileiros e o que tem ajudado a fortalecê-los nas competições continentais. “A gestão que temos feito aqui na federação com participação dos executivos, dos treinadores e dos capitães dos clubes tem sido importante no fortalecimento do futebol porque eles estão no dia a dia, com a mão na massa. A contribuição deles nas decisões é um caminho que a Conmebol pode utilizar, de envolver esses profissionais que estão na área técnica e podem contribuir no desenvolvimento do futebol.