O âncora Luiz Megale, da BandNews FM, criticou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pela sua postura de tentar limitar o uso de câmeras corporais pela Polícia Militar. Na semana passada, Tarcísio afirmou que prefere uma “população segura ao invés de policial vigiado”.
Segundo Megale, a postura só motiva que a população tenha medo da polícia. O jornalista lembrou quando foi agredido por policiais quando jovem para destacar o quanto é importante que eles sejam monitorados.
“ Me Lembro uma vez ali no muro da Consolação. Tomei tapa de mão aberta na cara, né? Eu, hein: um cara de classe média, morador do Alto da Lapa. Não estou me colocando aqui como vítima”, afirmou o âncora.
É isso que a gente quer? Que a gente volte a morrer de medo da Veraneio? Que a gente pode volte a morrer de medo da polícia?
O jornalista ainda lembrou que as câmeras corporais não significam necessariamente menor eficiência policial. Megale citou um estudo da Faculdade Getúlio Vargas que apontou que as câmeras corporais não só baixaram a violência policial, como também aumentaram dados como a apreensão de drogas.
“Tem que ser vigiados sim. Não somos todos vigiados? A gente não tem câmera de segurança na redação? A gente não tem câmera de segurança aqui na entrada da Band? A gente não tem câmera de segurança ligada no Uber que a gente pega, ligada no próprio celular do cara?”, disse Megale.
Na opinião do âncora da BandNews FM, o governador de São Paulo adota uma postura de oposição contra as câmeras corporais para agradar o eleitorado do ex-presidente Jair Bolsonaro, um dos seus principais cabos eleitorais.
“O Tarcísio deu alguns passos civilizatórios no começo do governo dele, e aí começou a sentir que a popularidade dele entre o bolsonarismo tava chacoalhando e voltou com os dois pés na canoa do bolsonarista da barbárie, do ‘CPF cancelado’, do bandido bom é bandido morto”, disse Megale.
Para concluir, Megale ressaltou que a defesa das câmeras corporais não significa que ele seja contra a Polícia Militar, apenas na fiscalização de ações ilegais por parte de membros da corporação.
“Isso é um discurso a favor da polícia. Você tem uma emissora de rádio que está mentindo, que está defendendo o golpe de Estado, que está colocando no microfone gente irresponsável, gente fala: 'Pô, isso tá errado. Isso é um discurso anti jornalismo, não isso é um discurso em defesa do jornalismo'. Para que essas maçãs podres fedorentas não contaminem a profissão. E a gente não quer que essas maçãs fardadas contaminem uma corporação”, disse.