Os três meninos desaparecidos há quase um ano em Belford Roxo foram assassinados por traficantes da favela do Castelar durante uma sessão de tortura.
A conclusão da Polícia Civil foi divulgada nesta quinta-feira (09), após finalização do inquérito com a realização de uma operação com 31 mandados de prisão cumpridos.
De acordo com o delegado Uriel Alcântara, uma das crianças não resistiu às agressões, e os bandidos decidiram matar as outras duas.
O motivo da tortura foi o furto de um passarinho que pertencia ao tio de um bandido da comunidade.
A ação da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense contou com a participação de 250 agentes.
Entre os 56 alvos de mandados de prisão, cinco tinham envolvimento direto com as mortes. Desses, três foram assassinados pelo tribunal do tráfico, por conta da repercussão negativa do caso.
Entre eles estão Willer Castro da Silva, o Estala, que teria ordenado a tortura, e José Carlos Prazeres da Silva, o Piranha, autor da ordem das execuções. Os criminosos ocupavam funções de chefia do tráfico no Castelar.
Um dos indiciados pelo triplo homicídio e ocultação de cadáver é considerado foragido. Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca e apontado como um dos chefes da facção Comando Vermelho. O quinto acusado foi preso, mas não teve a identidade revelada
Em conversa, dois traficantes falam sobre o avanço das investigações e a repercussão do caso na imprensa. Uma testemunha ouvida pela Divisão de Homicídios afirmou que os corpos dos meninos foram jogados em um rio. Até hoje, apesar de várias buscas, nada foi encontrado.