
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, participou de uma audiência da Comissão de Segurança Pública do Senado Federal, onde buscou apoio e votos para a tramitação da PEC da Segurança no Congresso Nacional.
Durante o encontro, o ministro informou sobre a suspensão de acordos de cooperação no combate ao crime organizado no país. Esses acordos envolviam a Polícia Rodoviária Federal (PRF), as Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado dos Ministérios Públicos Estaduais e os Gaecos.
A audiência foi solicitada pelo senador Sérgio Moro, que criticou a suspensão e alegou um “desmonte” das ações voltadas ao enfrentamento de crimes como roubo de cargas, trabalho escravo e danos ao meio ambiente.
Em sua fala, Lewandowski destacou que a segurança pública é um tema que deve estar acima de disputas partidárias e reforçou a importância de fortalecer o combate ao crime organizado de forma coordenada e abrangente.
A PRF suspendeu os acordos em fevereiro, seguindo uma portaria do Ministério da Justiça, que inicialmente teria validade até 31 de março, mas acabou prorrogada. A corporação argumenta que esse tema deve ser discutido no contexto da tramitação da PEC da Segurança, já que o texto propõe mudanças em algumas atribuições da PRF.
A direção-geral da PRF ressaltou que a suspensão temporária das atividades conjuntas não compromete nem interfere no trabalho diário de combate ao crime nas rodovias federais.
A visita ao Senado ocorre após Lewandowski apresentar o texto da PEC da Segurança ao presidente da Câmara, deputado Hugo Motta, e aos líderes partidários da Casa, onde a proposta começará a tramitar.
No entanto, o texto enfrenta resistência de governadores e parlamentares da oposição ao presidente Lula, que temem a perda de autonomia dos estados sobre as forças de segurança. O Executivo nega essa possibilidade e afirma que o objetivo da proposta é unificar o combate ao crime organizado por meio de ações coordenadas entre União, estados e municípios.