Ministros do STF temem interferência em operação contra governador de Alagoas

Colunista da BandNews FM Mônica Bergamo conversou com magistrados da Corte, que questionam operação às vésperas da eleição

BandNews FM

Integrantes do Supremo Tribunal Federal enxergaram como uma tentativa de interferência no processo eleitoral a operação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal que terminou com o afastamento do governador de Alagoas e candidato à reeleição, Paulo Dantas, do MDB. A colunista da BandNews FM Mônica Bergamo apurou que ministros da Corte entendem que ações atabalhoadas podem alterar o resultado eleitoral.

Segundo a jornalista, os magistrados questionam o momento da Operação Edema e não o mérito das investigações, que apontam o envolvimento do político com casos de rachadinha. A prática utilizaria servidores fantasmas de quando o emedebista estava na Assembleia Legislativa e era deputado estadual para o desvio de recursos públicos.

Paulo Dantas deve recorrer ao Supremo contra a decisão da ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça. Na terça-feira (11), foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão contra o governador e pessoas ligadas a ele. Foram apreendidos R$ 100 mil na casa do político em Maceió e mais R$ 14 mil em um hotel de São Paulo em que ele estava hospedado.

Ministros do Supremo ouvidos pela colunista apontam que as investigações remontam a 2019 e avaliam que o processo eleitoral em curso necessita de tranquilidade para a escolha correta do eleitor, que agora pode estar influenciado no voto.

Na quinta-feira (13), o órgão especial do STJ vai avaliar a decisão de afastamento por 180 dias do governador, além validar ou não as medidas determinadas por Laurita Vaz.

Em Alagoas, a operação levou a trocas de acusações entre Arthur Lira, presidente da Câmara, e Renan Calheiros, senador pelo MDB. As duas lideranças políticas do estado estão em lados antagônicos. Enquanto Calheiros é aliado do atual governador, Lira apoia outro candidato na disputa estadual do próximo dia 30 de outubro.

O senador afirma que há uso político da Polícia Federal, o que o deputado federal agora reeleito nega.

Paulo Dantas criticou a operação e disse que provará inocência, além de questionar o uso eleitoral da ação colocada em curso.