Moraes homologa delação de Ronnie Lessa e caso Marielle avança no STF

Em pronunciamento, ministro da Justiça disse acreditar que assassinato será resolvido em breve

Rádio BandNews FM

Moraes homologa delação de Ronnie Lessa e caso Marielle avança no STF
Lewandowski fala sobre caso Marielle
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, confirmou nesta terça-feira (19) que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, homologou a colaboração premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa no caso do assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. 

A declaração foi dada em um pronunciamento de Lewandowski em Brasília, mas o procedimento ainda corre em sigilo. A medida ocorre após Lessa confirmar os termos citados na colaboração em uma audiência realizada na segunda-feira (18) com Moraes.

Em troca, ele teria pedido que a segurança da família fosse reforçada. Além disso, a defesa solicitou que a pena não ultrapasse o período de 30 anos de prisão, e que seja cumprida no Rio de Janeiro, não mais no Mato Grosso do Sul, segundo apuração da TV Band.

“Esta colaboração premiada, que tramita em segredo de justiça e é um meio de obtenção de provas, traz elementos importantíssimos que nos levam a crer que em breve nós teremos a solução do assassinato da Vereadora Marielle Franco. ”, disse o ministro Lewandowski.

Na delação, o ex-policial militar apontou o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Domingos Brazão como um dos mandantes do crime. O deputado citado na delação foi Chiquinho Brazão, irmão de Domingos Brazão, levando o processo ao STF por causa do foro privilegiado do parlamentar.

A motivação seria a atuação da vereadora contra construções irregulares na Zona Oeste da capital fluminense, onde o conselheiro disputava influência com o ex-vereador Marcello Siciliano. Segundo as investigações, o crime também teria caráter vingativo contra o ex-deputado Marcelo Freixo, com quem Marielle trabalhou por 10 anos e que presidiu a CPI das Milícias na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Domingos Brazão negou qualquer envolvimento com o crime e disse que não conhecia Marielle, nem os outros acusados de participação na morte dela. O nome do conselheiro já havia sido relacionado ao caso em 2019, quando ele foi acusado pela Procuradoria-Geral da República de tentar obstruir as investigações.

Os assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes completaram seis anos no dia 14 de março de 2024. Até o momento, quatro pessoas foram presas por envolvimento no crime: Ronie Lessa, Élcio de Queiroz, Maxwell Simões Corrêa e Edilson Barbosa dos Santos.