O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, manteve em decisão publicada neste sábado (01) a prisão preventiva dos dois homens acusados de perseguição e ameaças contra integrantes da família do magistrado. Ao mesmo tempo, o ministro se declarou impedido para seguir na condução do processo, justificando que "juiz não poderá exercer jurisdição em que ele próprio ou seus familiares são parte ou diretamente interessados no feito". Agora, o caso será redistribuído para um dos ministros do STF.
Os dois homens passaram por uma audiência de custódia ainda na sexta-feira. Na decisão em que decidiu por seguir com as prisões, Alexandre de Moraes argumentou que "os fatos narrados pela Procuradoria-Geral da República são graves e, presentes a comprovação de materialidade e fortes indícios de autoria, apontam a intenção consciente e voluntária dos agentes em restringir o exercício livre da função judiciária, notadamente quanto às investigações decorrentes dos atos praticados no dia 08/01/23".
Um dos presos é o fuzileiro naval Raul Fonseca de Oliveira, sargento do Comando da Marinha, segundo o Portal Transparência do governo federal. O outro é Oliverino de Oliveira Júnior. Segundo as investigações, os dois irmãos mandaram e-mails para os familiares em que detalhavam a rotina da família do ministro. A Marinha informou, em nota, que "não se manifesta sobre processos investigatórios em curso no âmbito do Poder Judiciário" e "permanece à disposição da justiça para prestar as informações".